Os juros do crédito consignado nunca estiveram tão baixos. Os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC), e que se referem a setembro, mostram que as taxas médias cobradas nessa operação eram de 26% ao ano. É o menor patamar desde janeiro de 2004, quando atingiu 41,4% e a autoridade monetária começou a acompanhar esse tipo de empréstimo. Há um ano, os bancos cobravam, em média, 27,1% anuais.
Essa operação tem taxas mais baixas em relação a outras porque oferece menos risco de inadimplência ao banco que concede o empréstimo. Isso porque o pagamento é descontado diretamente do salário do trabalhador formal (com carteira assinada) ou do benefício do aposentado e pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Para os especialistas em finanças, uma das principais razões para o recuo dos juros do consignado está na competição entre as instituições financeiras. “A queda está relacionada ao aumento do volume de empréstimos e também à concorrência entre os bancos, que derrubam os juros para atrair mais clientes”, afirma Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios.
Em setembro de 2009, o volume de crédito tomado era de R$ 100 bilhões. No mesmo período deste ano, esse total chegou a R$ 131 bilhões, um avanço de 30,7% no período.
O professor do Laboratório de Finanças/Programa Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), Bolivar Godinho, atribui a queda de juros a uma maior conscientização do público sobre as taxas cobradas. Segundo ele, o consumidor procura o consignado como opção mais barata. Os bancos, por sua vez, buscam ganhar em volume de operações dessa natureza para compensar a demanda menor por outras formas de crédito.
Em comparação com as taxas de juros de outras modalidades para a pessoa física, o consignado é o mais atrativo. A média cobrada para pessoa física em setembro foi de 39,6% ao ano. O cheque especial estava em 167,2% e o crédito pessoal, 41,6%. Apenas o custo médio do empréstimo para compra de veículo ficou abaixo do crédito com desconto em folha, com taxa de 23,3% anuais.
“Mesmo a taxa sendo baixa em comparação às outras, continua sendo um juro alto se pensar que a taxa média é de 26% ao ano e a inflação está entre 4,5% e 5% no ano. O consumidor não deve esquecer isso”, observa o professor do curso de Administração da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Wilson Pires.
Para quem está endividado e neste fim de ano não vai conseguir pagar todas as contas com o 13º salário, o crédito com desconto no holerite pode ser a melhor opção.
A recomendação é somar todas as dívidas, tomar o crédito no respectivo valor, quitar as pendências e ficar apenas com um financiamento para pagar.
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