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O Itaú Unibanco vai acirrar a disputa no mercado de correspondentes bancários, formado por comerciantes que atuam como intermediários entre bancos e clientes.
Neste mês, lançará o "Pague Aqui Itaú", que permitirá aos estabelecimentos credenciados receber pagamentos de boletos e de contas de água, luz, telefone e gás.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entre 2000 e 2009 houve expansão de 988,9% no número de correspondentes no país. O incremento é explicado principalmente pelo interesse em oferecer mais comodidade aos clientes e alcançar as classes C e D.
"Estudos mostram que o fluxo de pessoas no local aumenta entre 20% e 30% [quando o comerciante faz a parceria com bancos]", diz o superintendente de Produtos para Pessoa Jurídica do Itaú, Ângelo Fernandes.
Atualmente, o Itaú conta com cerca de 140 correspondentes, herdados do Unibanco após a fusão, com 2.200 pontos de atendimento. Os bancos com maior presença no segmento são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e Santander.
O Bradesco, um dos pioneiros, usa os correspondentes para marcar presença em todo o país. Em localidades de baixa renda, muitas vezes eles cumprem o papel da agência, oferecendo abertura de contas e cartões.
"Já conseguimos incluir 10 milhões de pessoas. O cartão de débito é um símbolo de cidadania. As pessoas começam a instigar o comerciante local a vender pelo cartão", diz o diretor-executivo do banco, Odair Rebelato.
O Banco do Brasil pretende dobrar neste ano o número de correspondentes bancários, hoje em 10 mil. "Estamos criando produtos específicos para esse segmento. As classes C, D e E terão um crescimento maior de renda do que as demais", afirma Jânio Macedo, do BB.
O presidente do Instituto Fractal, Celso Grisi, avalia que a próxima etapa será a oferta de produtos financeiros mais sofisticados por meio dos correspondentes, com maior proporção de investimentos e seguros.
"Mesmo com a expansão da internet banda larga, o correspondente vai continuar tendo espaço porque dá capilaridade ao setor."
O crescimento já fomenta o desenvolvimento de tecnologia nacional para o setor. A Perto, empresa de automação bancária, desenvolveu uma máquina que integra os principais serviços usados pelos correspondentes. O equipamento lê cartões de débito e de crédito, códigos de barras de boletos e códigos magnéticos de cheques.
Segundo Cristiano Porto, gerente da empresa, o produto já foi comercializado para três bancos e deve ser levado também a outros países da América do Sul.
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