Tentando sair ilesa da crise internacional, a ASB Financeira, com sede no Rio de Janeiro, fechou suas 128 lojas de venda de crédito consignado em todo o País. Uma delas ficava na rua da Quitanda, centro de São Paulo. O negócio, de acordo com o diretor-presidente da financeira, José Arthur Lemos de Assunção, também vice-presidente da Associação Nacional de Empresas de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi), passa por uma total reformulação. "Vamos voltar ao mercado de crédito imobiliário. A pequena empresa que insistir no crédito consignado vai quebrar. O pequeno não consegue captar dinheiro no mercado, da forma como está direcionado pelo governo - no teto de juros de 2,5%. Esse tipo de crédito só serve para os grandes bancos", disse.
Assunção ainda não estabeleceu quando vai abrir as portas do novo negócio, com o qual ele espera alcançar pelo menos o mesmo número de lojas do crédito consignado. "Estamos aguardando os rumos da crise tornarem-se mais claros para definirmos os caminhos a seguir. Mas o melhor para o negócio é continuarmos no mercado, trabalhando", observou. O executivo considera que a iniciativa de fechar as lojas de crédito consignado, antevendo o agravamento da crise internacional, foi uma medida acertada. "Tivemos sorte, até. Quando decidimos reavaliar o negócio estávamos no início do segundo semestre, momento que ainda não apresentava todos os sinais do recrudescimento da crise."
Reformulação - Grandes emprestadores também reformulam suas estratégias. A Finasa, do Bradesco, fechou uma loja localizada no centro do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, o encerramento das atividades do ponto de venda não tem relação com a crise internacional mas faz parte de uma operação de reestruturação do negócio que ainda não pode ser revelada.
Para o mercado, no entanto, o fato pode ter relação com as mudanças promovidas pela Finasa no final de setembro quando deixou o comando da instituição Dirceu Variz, diretor comercial e um dos principais executivos da empresa.
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