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A Federação Brasileira das Associações dos Bancos (Febraban) estima que a taxa de juros da economia alcance 14,29% anuais em dezembro de 2006, conforme pesquisa elaborada na segunda semana de julho junto a 50 bancos. A previsão é 0,03 ponto percentual inferior à média apurada na segunda semana de junho, que projetava a taxa Selic em 14,32% ao ano. Hoje, a taxa Selic situa-se em 15,25% ao ano.
Mas é provável que seja reduzida em 0,50 ponto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que se reúne nesta semana para definir a taxa básica de juros, observa o economista-chefe da entidade, Roberto Luis Troster. Trata-se de uma decisão histórica, uma vez que a nova taxa a vigorar deverá ser de 14,75% anuais - a mais baixa desde a criação do Copom em 1996 e a menor taxa praticada pelo BC desde abril de 1975, notou. Se confirmado, será o nono corte sucessivo da Selic.
"Apesar do cenário externo turbulento com problemas no Oriente Médio, alta do preço do petróleo e indefinições na evolução dos juros americanos, o quadro macroeconômico interno é adequado para a continuação do processo de redução de juros. Todos os índices de inflação e suas expectativas estão consistentes com uma redução de juros e não há ameaças ao processo de estabilização de preços no horizonte de curto prazo", explicou Troster.
Para dezembro de 2007, a previsão é de que a Selic decline para 13,23% ao ano, conforme as projeções dos bancos consultados. O percentual, porém, é maior do que o valor calculado no levantamento anterior, de 13,19% ao ano.
Conforme a Febraban, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - indicador oficial de inflação - neste ano recuaram para 4,02% na mais recente pesquisa, contra os 4,31% estimados no levantamento do mês passado. A estimativa para o indicador no ano seguinte aponta uma variação positiva de 4,46%. Na pesquisa anterior, o percentual era de 4,45%.
"O processo de estabilização de preços é resultado da combinação de política monetária consistente, política de ajustes fiscais nos últimos anos e um câmbio valorizado por um cenário internacional conveniente para o ajuste externo brasileiro", justifica Troster. A curto e médio prazo o cenário se apresenta estável e as taxas devem ser reduzidas nas próximas reuniões, complementou o especialista.
Fonte: Valor Online |