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ESTUDO INDICA QUE BRASILEIRO ESTÁ CAUTELOSO SOBRE PLANOS DE COMPRA

02/07/2009 às 15h14
 
  jornal Diário do Comércio (SP) 02/07/2009 - Paula Cunha
 

 

Apesar do aumento da renda nos últimos anos, a população brasileira está mais cautelosa e, no momento, reavalia seus planos de consumo, como um provável reflexo da crise econômica mundial. Foi o que detectou um estudo, divulgado ontem, pela consultoria Cetelem.

O movimento de ascensão da classe média foi interrompido e registrou recuo aproximado de 2 milhões de pessoas no ano passado, quando a classe C chegou a 45% da população (86,4 milhões de habitantes) ante 46% em 2007 (86,2 milhões). Em 2008, as classes D e E equivaliam a 75,8 milhões de pessoas (40% do total) frente a 72,9 milhões (39%) em 2007.
Com esta atitude de cautela, 36% pretendem adquirir eletrodomésticos neste ano, ante 37% em 2008. O mesmo aconteceu com automóveis (14% frente a 17%).


cetelem

Conforme o vice-presidente da Cetelem, Marcos Etchegoyen, o estudo indicou que o critério para detectar a mobilidade social é o de aquisição de bens. Segundo ele, a crise não afeta imediatamente este movimento. "A crise só se consolida quando as pessoas começam a se desfazer dos itens adquiridos", diz. O estudo aponta, um estágio anterior, quando o consumidor começa a reavaliar sua capacidade de comprar bens e redefinir seus planos para o futuro.

Segundo o presidente da Cetelem no Brasil, Marc Campi, apesar da retração, o quadro geral de mobilidade social passou por uma transformação significativa nos últimos anos. Ele lembra que em 2005 as classes D e E não "fechavam as contas no final do mês. Agora, eles destinam as sobras para adquirir eletroeletrônicos".

Campi avalia que o ano de 2009 será de consolidação dos ganhos obtidos nos anos anteriores, com a confirmação da classe C como o principal grupo. "O grande desafio será manter esse quadro de reforço das condições favoráveis para o crescimento desta parcela da população", acrescenta.

Perspectivas  – Segundo o estudo, apesar da inadimplência ter crescido, de ter havido queda na arrecadação e nos níveis de emprego, os brasileiros pretendem consumir até o final de 2009, mas com cautela e planejamento. E as compras com valores menores não serão cortadas. Um exemplo é o desempenho dos supermercados, que aumentaram suas vendas em 4,01% em maio ante igual mês do ano passado.

Por isso, existem boas perspectivas para as empresas que continuarem a investir, mesmo que os indicadores de desempenho geral da economia sejam contraditórios.

Ele conclui que, apesar das turbulências, há estabilidade e as medidas tomadas pelo governo federal para combater a crise contribuem para manter a economia aquecida.

As definições de classes sociais utilizadas são as do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB). A renda familiar registrou avanço em todas as classes sociais. Na D/E, por exemplo, passou de R$ 545 em 2005 para R$ 1.162 em 2008, um ganho de 19,3%. A pesquisa foi feita em dezembro de 2008. Foram entrevistadas 1,5 mil pessoas, de 70 municípios em 9 regiões metropolitanas.

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