A crise no mercado externo fez com que bancos médios adiassem os planos de entrar no crédito imobiliário consignado. O estresse e a baixa da liquidez internacional encareceram as captações externas, principal forma de obtenção de funding de longo prazo para as instituições financeiras que não operam poupança. Nesse cenário, o Sofisa, especializado em middle market (crédito a médias empresas), decidiu esperar a situação global melhorar para lançar o produto, enquanto o BMG, líder em consignado, procura parceria com bancos e fundos internacionais.
Além de BMG e Sofisa, Schahin, Pine, Paulista e Indusval já demonstraram ter planos de ingressar no crédito imobiliário como forma de aproveitar o boom esperado para a modalidade nos próximos anos. Por não terem condições de competir de igual para igual com os grandes bancos de varejo, escolheram entrar na modalidade ou por consignado (BMG) ou no modelo de refinanciamento de imóveis usados (Indusval). Há ainda aqueles que preferiram focar apenas no financiamento a construtoras e incorporadoras (Pine). Segundo Gilberto Meiches, vice-presidente do Sofisa, o banco já começou a estruturar o crédito imobiliário com desconto em folha, mas precisa se adaptar em termos de recursos. "Existe um planejamento, mas não estamos ansiosos para lançar. Vamos esperar que esse momento particular nos mercados passe".
Em janeiro, o Sofisa fechou um empréstimo sindicalizado de US$ 185 milhões coordenado pela International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, primeiro passo para diversificação e alongamento de prazos de funding. No entanto, havia também planos de emitir US$ 150 milhões em eurobônus no começo do ano, que foram suspensos por causa da turbulência. Isso deve atrasar o lançamento do financiamento à casa própria, diz Meiches. Com uma carteira de crédito que fechou 2007 em R$ 2,6 bilhões, expansão de 186% ante a 2006, o Sofisa optou por entrar no crédito imobiliário depois das reformas que tornaram a operação mais segura, como a alienação fiduciária.
Já o BMG adotou uma estratégia diferente. O banco venderá de 20% a 30% de seu capital para um fundo ou instituição financeira estrangeira. A idéia é ter um sócio estratégico para agregar funding e expertise, principalmente no crédito imobiliário. "Além de estarem mais caras com a crise, as captações externas não são viáveis para esse produto, porque é difícil conseguir uma operação com prazos de 20 anos. A melhor alternativa é justamente firmar parcerias", afirma Márcio Alaor, vice-presidente do banco.
Com uma base de 4 milhões de clientes, o BMG aposta que o novo produto dê bom retorno. "Para ser competitivo, precisamos de recursos de baixo custo para poder ofertar crédito imobiliário com taxas de 10% a 12% ao mês, no máximo", diz. Segundo ele, há três empresas disputando a participação no banco, sendo que nenhuma delas foi afetada pela crise externa. "Estamos estudando com cuidado a operação. Esperamos concluí-la até o meio do ano", diz. Alaor explica que dois dos candidatos têm experiência em concessão de empréstimos imobiliários.
Caixa
Na semana passada, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou ter começado a oferecer crédito imobiliário consignado a funcionários de empresas ou órgãos públicos conveniados ao banco. As taxas são mais baixas que o financiamento à casa própria comum e, por enquanto, só estão disponíveis ao crédito com recurso de poupança. "O produto será ofertado em todo o Brasil", explica Augusto Bandeira Vargas, superintendente regional da Caixa. No pagamento com débito em folha, o cliente paga taxa de 8,55% ao mês no caso de financiamento de até R$ 130 mil, enquanto no financiamento comum a taxa é de 9,01% ao mês.
A crise no mercado externo faz com que bancos médios adiem os planos de entrar no crédito imobiliário consignado. A turbulência e a baixa da liquidez internacional encareceram as captações externas, principal forma de obtenção de recursos de longo prazo para as instituições financeiras que não operam poupança, como os bancos de menor porte. Nesse cenário, o Sofisa, especializado em middle market (crédito a médias empresas), decidiu esperar a situação global melhorar para lançar o produto, enquanto o BMG, líder em consignado, procura parceria com bancos e fundos internacionais. Além de BMG e Sofisa, Schahin, Pine, Paulista e Indusval já anunciaram ter planos de ingressar no crédito imobiliário como forma de aproveitar o boom esperado para a modalidade nos próximos anos. Por não terem condições de competir em igualdade com os grandes bancos de varejo, escolheram entrar na modalidade ou por consignado (BMG) ou no modelo de refinanciamento de imóveis usados (Indusval). Outras instituições de médio porte preferiram focar apenas no financiamento a construtoras e incorporadoras (Pine).
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