Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Últimas
Notícias

Controle sobre o crédito consignado

09/03/2008 às 19h59

OESP - Domingo - 09/03/2008                          

Desde quinta-feira o governo introduziu mudanças no crédito consignado para aposentados do INSS: reduziu de 2,64% ao mês para 2,50% ao mês o juro máximo que pode ser cobrado pelos bancos, e nas operações com cartão de crédito consignado o juro máximo foi reduzido de 3,70% para 3,50% ao mês, enquanto o limite para as compras baixou de três vezes para duas vezes a renda mensal do tomador - conforme foi decidido pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).

Aparentemente, juros mais baixos estimulariam a tomada de crédito, mas na prática não é isso que deverá ocorrer. Juros menores deverão, isto sim, desestimular alguns bancos de conceder empréstimos. Além disso, os bancos não poderão mais dar carência - de até seis meses - para o início dos descontos em folha. O que torna a operação menos interessante para o aposentado.

O que mais preocupou a Previdência foi que, em janeiro, os bancos comunicaram a emissão de 756 mil novos cartões consignados, 83% mais do que os 930 mil que já existiam em 31/12/2007, evidenciando que se dispunham a aumentar muito os empréstimos nessa modalidade.

O crédito consignado, com saldo de R$ 65,5 bilhões, representa 56,9% do total do crédito pessoal. As medidas tomadas ajudam a controlar a sua expansão. Combinadas com a restrição ao cartão consignado, é possível que haja uma redução no total da oferta de crédito. O INSS se alinha, assim, ao Banco Central na preocupação com o potencial inflacionário da evolução do consumo.

O crédito consignado a aposentados apresenta o risco de endividamento excessivo e de eventuais dificuldades dos tomadores de repagar os empréstimos, além de estimular pressões dos bancos para que os aposentados usem mais o cartão consignado, que tem juros maiores. Em dezembro, a Previdência já havia mudado as regras do consignado, reduzindo o comprometimento da renda, estimulando o uso dos cartões consignados e alongando os prazos de 36 meses para até 60 meses. Percebe-se, assim, certa insegurança do INSS na administração desse problema.

A redução dos juros poderá diminuir a competição entre os bancos, num segmento de baixo risco para todos. Pior será se os bancos passarem a unificar as taxas pelo teto máximo. Ou, ainda, se houver um retorno às reciprocidades, ou seja, às obrigações que os bancos impunham aos clientes para aprovar empréstimos.

Compartilhar no

WhatsApp Facebook Twitter

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies