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Cartão é prioridade de Bradesco e Itaú

23/01/2008 às 17h23

jornal DCI 23/01/2008 - Luciana Bruno                           

Os bancos privados acirram a disputa no mercado de cartões de crédito este ano, segmento que teve o segundo maior crescimento entre os produtos financeiros até novembro de 2007. Líder do setor, o Itaú pretende ampliar sua base de 14 milhões de plásticos em 21%, em 2008, por meio de novas parcerias com grandes varejistas. Já o Bradesco, que espera superar o concorrente nos próximos anos, aproveitará a decisão do governo que baixou de 30% para 20% o limite de endividamento dos aposentados e pensionistas do INSS para expandir seu cartão consignado, produto que ficou com os 10% restantes do limite de dívida após a medida.

Segundo dados do Banco Central, atualizados em novembro do ano passado, o saldo das operações de cartões de crédito no País cresceu 27,2% em 12 meses, somando R$ 17,6 bilhões. É a segunda maior alta, perdendo para o crédito imobiliário, que subiu 79,2% (R$ 2,06 bilhões). Pesquisa divulgada ontem pela Itaucard prevê que a indústria do cartão deve ter faturamento de R$ 218 bilhões em 2008, crescimento de 19% na comparação com os R$ 183 bilhões fechados em 2007.

Na esteira dessa expansão, o Itaú planeja manter a liderança ampliando sua base de cartões em 21% neste ano, acima das projeções de expansão do mercado como um todo. "Temos uma vantagem competitiva que é a distribuição de plásticos fora da rede de correntistas. Com a compra da Credicard [realizada em dezembro de 2006], passamos a ter mais penetração em todos os nichos", explica Fernando Chacón, diretor de Marketing de cartões do Itaú. Do total de 14 milhões de plásticos da instituição, em torno de 7,5 milhões são cartões de não correntistas, afirma o executivo.

A estratégia para este ano, segundo ele, será firmar novas parcerias com grandes varejistas. Atualmente, o banco tem contratos com gigantes como Pão de Açúcar e Lojas Americanas. Outra frente de ação será ampliar a penetração no Sul do País, região que tem menor aceitação aos plásticos. "A indústria de cartões na região Sul já está tendo índice de crescimento entre 22% e 23%, maior que a média do País. A idéia é ampliar a emissão nessa região por meio da educação do cliente e aproximação", diz Chacón. Ele não descarta a possibilidade de parcerias com bandeiras menores que atuem nesses estados. "Diferentemente do Nordeste, onde o consumo por meio eletrônico é mais concentrado nas grandes capitais, no Sul, as operações também estão no interior".

Na opinião de Alexandre Rappaport, superintendente de planejamento da Bradesco Cartões, o mercado tende a continuar crescendo nos patamares atuais, já que há espaço para os meios eletrônicos tomarem o lugar do cheque e do dinheiro. "Além disso, o cenário é de aumento da renda e do consumo, o que favorece a indústria", analisa. Segundo ele, o banco deve continuar lançando produtos este ano, mas não a ritmo acelerado. "Já temos um bom portfólio, vamos focar no atendimento e na aproximação ao cliente", esclarece.

O último cartão lançado pelo banco foi o Cartão Amazônia Sustentável, feito de plástico reciclável. Com bandeira Visa, parte do faturamento será revertido para financiar as atividades da Fundação Amazonas Sustentável. Outro produto que terá mais relevância no banco é o cartão de crédito consignado INSS, destinado a aposentados e pensionistas. Lançado no ano passado, o Cred Mais INSS terá gás extra após a medida anunciada pelo governo de diminuir de 30% para 20% o limite de endividamento por consignado aos aposentados e pensionistas. Os outros 10% só poderão ser usados em cartão consignado. O Bradesco conta com 4 milhões de correntistas que são público-alvo do produto. "Essa mudança vai impulsionar o mercado de plásticos para aposentados e pensionistas. Vamos aproveitar a posição privilegiada que temos nesse mercado com o BMC", diz o executivo.

Apesar de o maior crescimento em termos de volume de cartões estar nas classes mais baixas, as classes média e alta ainda movimentam a maior parte do faturamento da indústria, afirma Rappaport. "Por isso, o Bradesco não focará em nenhuma classe social especificamente", diz. Para a classe alta, o banco conta com os produtos da American Express (Amex), comprada pelo Bradesco em março de 2006, quando se tornou o segundo banco no ranking de market share em cartões.

De acordo com números do balanço da instituição do terceiro trimestre de 2007, o Bradesco conta com uma base de 67,3 milhões de cartões, sendo 16,3 milhões de crédito, 42,1 milhões de débito e 8,9 milhões de private label (cartões de loja). O banco também dará atenção especial justamente ao último segmento, que tem impulsionado a penetração da indústria na baixa renda. Detentor de um contrato com as Casas Bahia, o Bradesco planeja agora firmar parcerias com outros varejistas que já têm cartões, mas que apresentem interesse em se aproximar de uma instituição financeira. "Muitos planejam converter seus plásticos, aceitos somente em suas lojas, em cartões bandeirados, que poderão ser usados em mais estabelecimentos e, com isso, ampliar o volume e o valor das operações", completa Rappaport. Ele aponta também interesse das redes em substituir pagamento via carnês.

Pesquisa Itaucard

Estudo divulgado ontem pela Itaucard mostrou que a indústria do cartão de crédito tem crescido a um ritmo maior que o setor varejista nos últimos seis anos. Enquanto o mercado de plásticos teve expansão de mais de 150% no período, com faturamento de R$ 182,9 bilhões em 2007, o mercado varejista avançou 109%, com faturamento de R$ 335 bilhões. Fernando Chacon, da Itaucard, afirma que os segmentos do varejo que mais adotaram os meios eletrônicos foram os que cresceram mais. Ele cita como exemplo o ramo de vestuário, lojas de departamento e calçados, onde, segundo a pesquisa, a indústria de cartões cresceu mais (34,6%) e o varejo teve maior expansão na comparação com outros segmentos (15%). "As empresas varejistas dobraram de tamanho no período, mas se mantiveram concentradas".

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