BRASÍLIA e RIO. A Caixa Econômica Federal está negociando uma participação no Banco Panamericano, que atua no mercado de financiamento de veículos. A operação será feita nos moldes da aquisição, pelo Banco do Brasil (BB), no fim do ano passado, de 49% do banco Votorantim. Com isso, a Caixa, como o BB, reforçaria sua atuação num setor em que os bancos públicos, até a eclosão da crise, não se destacavam.
Segundo fontes ligadas à equipe econômica, o negócio será feito via CaixaPar, braço de participações criado por medida provisória no auge da crise. O instrumento foi pensado para ajudar a operação de injeção de liquidez no mercado, após a seca causada pelo abalo global. Para fazer a aquisição, a Caixa deverá recorrer a parte dos R$6 bilhões injetados em outubro na instituição pelo Tesouro Nacional a título de capitalização. Apesar de não comprar o controle do Panamericano, a CEF participará da gestão da instituição.
No auge da crise internacional, entre setembro de 2008 e o início deste ano, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e os três grandes bancos comerciais - Banco do Brasil (BB), Bradesco e Itaú - foram os responsáveis por assegurar liquidez às pequenas e médias instituições financeiras, principal foco de turbulência no Brasil. Mais de R$20 bilhões em carteiras foram compradas no período. Segundo fonte da equipe econômica, a ação foi favorecida pela medida que reduziu os depósitos compulsórios que as instituições têm que fazer em caso de compra de carteiras de crédito de bancos menores. Entre setembro de 2008 e fevereiro passado, o FGC comprou R$8 bilhões em carteiras de crédito de 32 bancos pequenos que sofriam com a falta de liquidez