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Brasil precisa garantir crédito até junho de 2009 para conter crise

03/11/2008 às 22h33

Olhar Direto - 03/11/2008

O governo brasileiro precisa garantir linhas de créditos para os principais
setores da economia até junho de 2009 se quiser conter a amplificação da
crise financeira, que assola o mundo e que pode contaminar, com mais
intensidade, setores essenciais pra economia como o agronegócio, indústria,
produção mineral e as exportações.

A avaliação foi feita pelo governador Blairo Maggi, agora há pouco, em
entrevista exclusiva para o Olhar Direto, que se reúne amanhã com os
secretários de Estado a fim de "sintonizar as prioridades de governo" para
os últimos dois meses de 2008.

"Vai ser o discurso de sempre de apertar os cintos, conter gastos etc, mas
com uma preocupaçã entender a crise e seus reflexos na economia estadual
em cada setor", assevera Maggi, ressaltando que acredita no efeito positivo
das medidas anunciadas pelos governos dos países mais atingidos pela crise e
pela equipe econômica do presidente Lula.

"Com as comunicações intensas, globalizadas e praticamente on line, as
medidas anunciadas pelos Bancos Centrais e pelos governos dos países devem
ter efeito mais rápido, ao contrário do que ocorreu em 1929, quando a
comunicação era precária e demorada", pondera.

E a preocupação, o ceticismo e o otimismo do governador, apesar da
ambigüidade, são pertinentes. Como empresário, observador político e
perspicaz administrador público, Maggi sabe mais do que ninguém que todas as
crises geram oportuinidades e os efeitos de qualquer crash financeiro terão
maior ou menor reflexo, nas macro e micros economias, na mesma proporção das
reações públicas e privadas.

No setor público, o governador quer que cada secretário faça um "diagnóstico
setorial" e tenha, no mínimo, uma noção preliminar da crise financeira
global. "Quero saber se podemos fazer mais economia ainda, porque estamos
num cenário de crise e se pudermos ter sobras será melhor ainda", salienta.

Além disso, Maggi quer saber quais investimentos poderão não ser
confirmados. "Todos os protocolos de intenção de investimentos precisarão
ser rechecados diante do cenário atual", revela Maggi, endereçando sua
recomendaçã a Secretaria de Indústria, Comércio e Minas e Energia (Sicme).

"Um frigorífico que tinha um grande investimento praticamente confirmado, me
comunicou que vai aguardar mais um pouco antes de confirmar sua intenção de
vir para Mato Grosso. No mínimo, decidiu esperar para ver os reflexos da
crise", acrescenta o governador ao observar que "ainda mantém o otimismo no
potencial de Mato Grosso".

"Se linhas de crédito forem garantidas até o final deste mês para os
produtores de algodão, que ainda não conseguiram se viabilizar, e até junho
de 2009, de um modo geral, para os demais setores, não vamos sentir muito os
efeitos da crise", vaticina Maggi.

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