O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) vai aderir, a partir do próximo mês, ao sistema de correspondente bancário, anunciou, ontem, o presidente da instituição, Roberto Smith. Ele informou que o BNB acaba de fechar um convênio de parceria com a presidência da Caixa Econômica Federal para atuar nesse segmento na zona rural nordestina.
"Correspondente bancários são essas agências que recebem e fazem pequenos pagamentos, vendem loterias e prestam outros serviços. Para nós do BNB, isso vai ser fundamental. Com isso, nosso pessoal de microcrédito, por exemplo, poderá ser atendido nesses pontos e resolver seus problemas sem precisar se deslocar muitos quilômetros atrás de nossa agência", explicou Smith. O BNB dispõe atualmente de 180 agências no Nordeste e mais quatro fora da região.
Conforme Roberto Smith, essa sistemática vai entrar já em "escala-piloto" mês que vem para se consolidar durante todo este semestre. "O fundamental é que qualquer pequeno produtor de programas como o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), por exemplo, será atendido com maior rapidez", reiterou o dirigente do BNB.
Sobre o Pronaf, o presidente do banco disse que este serviço contribuirá para amenizar o quadro de inadimplência no setor. Smith informou que a taxa de devedores do programa está elevada, na ordem de 24%, no que precisa ser enfrentada. "O Pronaf está bem, vem sendo direcionado com mais intensidade para o lado do microcrédito e neste ano vamos crescer. Agora, é preciso muito cuidado com a inadimplência, que tem que ser administrada", afirmou, sem declinar índice. "É por isso que estamos trabalhando com o AgriAmigo (pequenos volumes de empréstimos rurais)
Para Roberto Smith, essa inadimplência cresceu bastante, mas há uma outra explicação: Banco do Nordeste responde hoje por 20% das aplicações do Pronaf em todo o País. Ele deu essas informações ontem, antes de seguir para Brasília, onde conferiu o lançamento, no Palácio do Planalto, pelo presidente Lula, do programa Territórios da Cidadania. O BNB se engajará a essa estratégia que prevê investimentos pesados de vários ministérios, sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. |