Banco Panamericano capta com juro menor e acelera empréstimos

Sob direção da Caixa Econômica Federal, o banco PanAmericano voltou a captar recursos com juros baixos no mercado e acelerou a concessão de novos empréstimos.

O banco tem emitido CDBs para grandes investidores com taxas de 103% do CDI (taxas de empréstimo entre bancos), enquanto os demais bancos pequenos pagam até 109%.

Com caixa reequilibrado, o PanAmericano apostou nos feirões e aprovou R$ 135 milhões em financiamento de automóveis no final de semana passado --normalmente, aprova R$ 45 milhões nesse período.

Segundo o novo superintendente, Celso Costa, o aporte de recursos e a presença da Caixa renovaram a "confiança" dos clientes no banco.

O Grupo Silvio Santos, o acionista principal do PanAmericano, precisou colocar R$ 2,5 bilhões no banco para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil. Em seu comunicado oficial, a diretoria do banco mencionou "inconsistências contábeis". O dinheiro virá de empréstimo do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.

A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao FGC. Como o fundo é uma entidade privada, não houve utilização de recursos públicos. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que também faz parte do bloco de controle, não terá de arcar com a perda.

A Polícia Federal informou que instaurou inquérito policial para apurar a eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. O Ministério Público Federal informou que também vai investigar as transações do banco.

Fonte http://www1.folha.uol.com.br 16/12/2010