CIRCE BONATELLI - Agencia Estado
SÃO PAULO - As taxas de juros das operações de crédito caíram pela primeira vez em 2011 em fevereiro, segundo dados divulgados hoje pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa de juros média para pessoa física caiu de 6,85% ao mês em janeiro para 6,73% ao mês em fevereiro, o que indica uma redução de 0,12 ponto porcentual. Em dezembro, a taxa média havia sido de 6,79% ao mês. No caso das empresas, houve redução na taxa de juros média de 3,88% para 3,86% ao mês de janeiro para fevereiro, o que representa uma queda de 0,02 ponto porcentual. Em dezembro de 2010, a taxa média da pessoa jurídica estava em 3,80% ao mês.
Entre as modalidades de crédito, apesar da queda na média geral, a taxa de juros do cheque especial subiu de 7,63% para 7,68% ao mês de janeiro para fevereiro. Já a taxa média do cartão de crédito se manteve em 10,6 9% ao mês. Uma queda mais acentuada foi verificada na taxa do empréstimo pessoal, de 4,85% para 4,65% ao mês no período.
Entre as empresas, a taxa média do capital de giro caiu de 3,17% para 3,07% ao mês em fevereiro. Já a taxa do desconto de duplicata recuou de 3,15% para 3,09% ao mês. A única exceção entre as linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas pela Anefac foi a da conta garantida, que subiu de 5,33% para 5,43% ao mês.
A Anefac lembra que a redução na taxa de juros das operações de crédito ocorreu mesmo sob o impacto das medidas implementadas pelo Banco Central (BC) para frear o consumo e reduzir a inflação. Entre elas, o BC elevou a Selic (a taxa básica de juros da economia) para 11,25% ao ano em 19 de janeiro. Recentemente, em 2 de março, a Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou novamente a Selic, desta vez para 11,75% ao ano - neste caso, os impactos sobre os juros serão sentidos apenas nos próximos meses.
Segundo avaliação do coordenador da pesquisa da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a redução da taxa de juros das operações de crédito foi motivada pelo bom momento da economia brasileira, com crescimento no nível de emprego e renda, estabilidade nos índices de inadimplência e maior competição no sistema financeiro.
Apesar da queda recente, a entidade prevê alta nas taxas de juros ao longo de 2011. "Nossa expectativa é de que o Banco Central continue elevando a Selic nos próximos meses, como forma de reduzir a demanda interna e, com isso, reduzir a inflação", afirmou Oliveira, em nota. |