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Instituição pretende quadruplicar clientes e aposta na classe D
Patrícia Comunello Jornal do Comércio - RS
A gaúcha Agiplan, de Caxias do Sul, não é nada modesta quando o assunto é crescimento de sua carteira de clientes de cartão de crédito em 2011. Com a rede de captura da Cielo a seu dispor, a empresa espera quadruplicar a base de plásticos de bandeira própria até dezembro, passando dos atuais cem mil para 500 mil. O presidente-executivo da Agiplan, Marciano Testa, aposta na adesão de boa parte dos seus 500 mil clientes do crédito consignado, modalidade que a caxiense é líder na distribuição fora de bancos e financeiras, além da atração de consumidores da classe D e emergentes da C.
“Temos agora mais dois milhões de pontos para o registro das compras com nossa bandeira”, avisa o executivo, que deixa clara a pretensão de disputar mercado com as marcas líderes Visa e Mastercard. Um salto para as alturas, considerando que a empr esa soma 60 pontos próprios e mais de 2 mil terceirizados em todo o País. Outro plano é robustecer os canais próprios, chegando a cem até dezembro. Os estados nordestinos e do Norte devem ter preferência na ampliação da operação, que concentra 30% dos plásticos no Estado.
No foco da bandeira, estão segmentos de profissionais autônomos e consumidores que não operam na rede bancária. O perfil atual da emissão reforça o filão da instituição. Com tíquete médio de R$ 100,00, a bandeira promete flexibilizar exigências de cadastro para aprovar o plástico. Na análise de cadastro, contarão desde comprovante de residência a informações de serviços como Serasa. “Queremos proporcionar acesso destes segmentos para que, na mobilidade de classe ou quando forem buscar o sistema financeiro, eles mantenham a vinculação com nossa marca”. Hoje o maior volume de detentores da bandeira é de aposentados e pensionistas (60%), justamente a base oriunda dos consignados.
Outro mercado a ser b uscado é o de servidores públicos de municípios. A Agiplan firmou recentemente acordo com a prefeitura de Bagé, acessando os recursos vinculados à folha de pagamento, estimados em R$ 4 milhões mensais. Com a conta, serão mais 3,5 mil clientes. A legislação estipula que até 30% da renda do funcionário pode ser comprometida nos consignados, com 10% do valor para cartão de crédito. “O servidor terá um cartão próprio e a vantagem de juros que não chegam a 4% ante 10% a 15% no crédito rotativo tradicional”.
Um terreno ainda muito fechado, do crediário das redes de varejo do Interior, também está na mira da empresa. Testa confirma que negocia com três redes para emissão de cartões na modalidade de private label. “A rede continua a gerir a carteira de clientes, mas o crédito poderá ser usado em toda a rede credenciada à Agiplan e à Cielo”, destaca o executivo. Na negociação, uma rotina que é assegurada é de o cliente continuar a pagar a fatura nas filiais, mantendo a frequência para novas compras.
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