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Imprensa
Inter bate 10 mi de clientes e quer dobrar base este ano

O banco Inter acaba de atingir a marca de 10 milhões de clientes e tem projeções ousadas. A expectativa é que possa terminar o ano com quase 20 milhões, sendo 16 milhões de correntistas e 4 milhões de usuários do marketplace do app, que será aberto para clientes de fora do banco a partir do próximo mês.
 
“Essa marca de 10 milhões de clientes é importante, mas ela não é um número isolado. O importante é tudo que está vindo junto, crescimento em depósitos, seguros, investimentos”, disse o CEO do banco, João Vitor Menin, em entrevista ao Valor. Segundo ele, a pandemia de coronavírus, que forçou o isolamento social e impulsionou os canais digitais, é um fator que ajudou a elevar o número de clientes, mas além disso tem a questão da força da marca e do “boca a boca” feito pelos clientes. O Inter tem um NPS - métrica que a mede a satisfação dos usuários - bastante elevado, de 80 pontos.
 
Ele afirmou que o próximo grande passo para o Inter será justamente a abertura do marketplace para não correntistas, que aumentará bastante o mercado endereçável. Em outubro do ano passado ele havia dito ao Valor que o Inter não queria mais ser simplesmente uma instituição financeira - tanto que a palavra “banco” saiu do nome - e sim ter um ecossistema para estar presente em todas as etapas do dia de uma pessoa.
 
No quarto trimestre, as receitas de intermediação financeira foram de R$ 299,062 milhões, com crescimento anual de 16,2%, enquanto as receitas de serviços ficaram em R$ 195,7 milhões, com expansão de 128%. Desse total, R$ 38,7 milhões foram do marketplace, que nem existia no quarto trimestre de 2019.
 
Sobre o crédito em si, Menin disse que o Inter tem uma situação peculiar, já que boa parte de sua carteira tem garantias, e por isso nem precisou elevar as provisões para devedores duvidosos tanto quanto os grandes bancos. “A concessão de crédito está crescendo bastante, mesmo com essa segunda onda da pandemia, que obviamente é ruim para a economia. Vai ter um pouco mais de inadimplência, mas o perfil de endividamento do nosso cliente é mais saudável”, argumentou.
 
Apesar do forte crescimento da base do Inter, essa expansão vem com um custo. No ano passado, o lucro da instituição foi de R$ 5,6 milhões, com queda de 93%. O tombo foi causado pelo aumento nas despesas. O retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 0,2%. “O ROE vai ser baixo nos próximos dois, três anos. A gente poderia entregar um ROE muito maior, mas deixaria de crescer, oferecer mais produtos, inovar na plataforma”, explicou o executivo.
 
Segundo ele, no último trimestre houve um aumento da receita por cliente - mesmo com o forte crescimento da base de usuários - e queda das despesas por clientes. “Isso está cada vez mais equilibrado e rentável. Acho que muito do ceticismo com nosso modelo de negócios [de rentabilização da base] ficou para trás”, disse.
 
Sobre a concorrência, o CEO do Inter diz que os principais competidores não serão nem os bancos tradicionais nem as big techs, e sim outros players digitais disruptivos, como Nubank, Mercado Livre, entre outros. “Teses monoproduto dificilmente terão escala e vida longa. Os vencedores serão grandes plataformas completas”.
 
Ele afirmou que no médio prazo deve haver uma consolidação no segmento, mas diz que para o Inter não faz sentido comprar um grande rival, visando aumentar a base de clientes. O que pode haver são aquisições menores, para complementar o portfólio. Em setembro do ano passado, a instituição captou R$ 1,2 bilhão em uma oferta subsequente de ações (follow-on).

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