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Imprensa
Expectativa de inflação é a maior desde junho de 2019

Influenciada por alimentos e bebidas mais caros em meio à pandemia, a expectativa mediana de inflação dos consumidores em 12 meses subiu 0,1 ponto para 5,3% entre janeiro e fevereiro, maior patamar maior desde junho de 2019 (5,7%) informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).
 
Para os próximos meses, a expectativa é de manutenção de projeções em patamar elevado, alertou a economista da fundação Viviane Seda. Segundo ela, o resultado foi influenciado por momento atual de commodities agropecuárias e alimentos mais caros, respectivamente no atacado e no varejo. Esse fenômeno deve continuar, no curto e médio prazos, completou ela.
 
A especialista não descartou que o indicador da FGV continue a se posicionar na faixa de 5%, nos próximos meses.
 
Ao detalhar o comportamento das projeções inflacionárias do consumidor em fevereiro, a especialista notou pressão consistente de alimentos e bebidas mais caros, no varejo, desde meados do ano passado. Com a pandemia, lembrou ela, aumentou procura por comida, devido a maior frequência de refeições dentro de casa, com menor ritmo de circulação social para prevenir contaminação.
 
Esse aspecto de alimentos mais caros, em fevereiro, não é novidade, segundo Viviane. No entanto, ela observou que o contexto macroeconômico atual conta com fatores como fim de pagamento de auxílio emergencial, por parte do governo, em ambiente de emprego ainda fraco. Esses fatores influenciam renda mais baixa e aprofundam percepção de orçamento apertado, por parte do consumidor.
Devido ao maior peso de itens alimentícios no orçamento dos mais pobres, as famílias de menor renda são as que mais sentem movimento de alimentos mais caros, acrescentou ela.
 
Isso influenciou evolução do indicador da FGV por faixas de renda. Nas quatro categorias pesquisadas pela fundação, na de menor valor (ganhos mensais de até R$ 2.100) houve aceleração de 5,8% para 6,1% entre janeiro e fevereiro na expetativa de inflação para 12 meses seguintes. Foi a maior taxa para essa faixa de renda desde fevereiro de 2020 (6,3%).
 
Ao ser questionada sobre os próximos resultados do índice, a especialista comentou que os sinais são de continuidade de menor renda entre as famílias. Além de nenhuma informação oficial a alternativas ao auxílio emergencial, e mercado de trabalho sem retomada robusta, a vacinação contra covid-19 opera a passos lentos, notou ela - em momento de aumento no número de csos.
 
Isso não favorece reaquecimento da economia nem a melhora do emprego. “Talvez o indicador não suba tanto quanto subiu no passado porque já há limite menor para famílias do que elas podem consumir, e isso pode ajudar a conter em parte reajustes”, pontuou ela. “Mas as projeções não vão cair. Devem continuar relativamente estáveis, a operar em patamar elevado".

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