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Imprensa
Com R$ 660 bi em custódia, XP quer agora escalar o crédito

Depois de fechar 2020 com R$ 660 bilhões em ativos sob custódia, a XP Inc. pretende escalar neste ano o lado do passivo, com crédito, cartões e a conta digital, segundo Bruno Constantino, CFO da empresa. Esse é um negócio nascente para a plataforma de investimentos que virou banco e agora quer incomodar os grandes nomes do varejo na parte que lhe é mais cara.
 
Ontem, a XP apresentou os resultados referentes ao quarto trimestre de 2020, com um lucro líquido ajustado de R$ 721 milhões, 73% acima do desempenho do mesmo intervalo de 2019. No período, as receitas líquidas somaram R$ 2,395 bilhões, com incremento de 42% em 12 meses, e com a margem líquida ajustada em 30,1%, ante 24,6% do exercício anterior.
 
No ano fechado, o resultado chegou a R$ 2,270 bilhões, 111% superior à cifra de 2019. Os ativos sob custódia aumentaram 61%, sendo R$ 198 bilhões de captação líquida e R$ 53 bilhões da valorização dos ativos.
 
A carteira de crédito, com a garantia em investimentos, atingiu R$ 3,874 bilhões. Desse total, Constantino disse que 75% é de operações às pessoas físicas, que passaram a usar a linha para alavancar o retorno das suas aplicações. “Quando se entrega crédito a um custo competitivo, as pessoas ou empresas com investimentos começam a usar para alavancar outros investimentos com objetivo de retorno maior. Isso muda o jogo.” Os recursos reinvestidos foram para o mundo dos alternativos, assets que abriram janelas de captação, private equity, COE e fundos no exterior.
 
Constantino não deu uma meta para o crédito, mas concordou ser factível dobrar de tamanho neste ano pelo rápido crescimento, tendo saído de R$ 280 milhões em junho. E sinalizou que é nesse campo que a XP vê o grande salto. Conforme comentou, o sistema financeiro brasileiro tem receitas anuais da ordem de R$ 770 bilhões, e 80% disso vem do crédito e operações com cartões. É um pedaço desse bolo que quer capturar. O executivo disse, contudo, que a ideia não é carregar crédito no balanço. “Pode ter alguma parcela para ‘startar’ produto de crédito, mas quem financia é o mercado de capitais, a XP entra como catalisadora.”
 
Em fase de testes, o cartão com a bandeira Visa vai ser lançado em março. Entre o público que recebeu o convite, houve uma conversão de 50%, disse Constantino. Em fevereiro, o volume de transações ultrapassou os R$ 100 milhões. “Até o fim do ano, ou muito antes, nossos clientes não precisarão mais ter conta em banco”, afirmou. “A XP sempre foi percebida como uma empresa de investimentos, que cuida do lado do ativo, e está certo. Quando começa o lado do passivo para o cliente, se abre um novo mundo e as coisas estão conectadas.”
 
Mesmo com os investimentos para atrair novos profissionais para o canal de agentes autônomos de investimentos, Constantino disse que o custo de aquisição de clientes não aumentou. “É o momento de injetar capital na rede para que possa crescer e contratar nos seus próprios escritórios”, disse. “Vamos ter mais cinco, quiçá dez anos de crescimento elevado desse business.” Só no quarto trimestre, ele comentou que o número de profissionais aumentou em 1,5 mil, para mais de 8 mil.
 
A margem bruta da XP teve leve compressão pelos investimentos na rede. O custo por produto vendido cresceu 72% no quarto trimestre, a R$ 836 milhões, e na conta do ano chegou a R$ 2,7 bilhões, com alta de 68%.

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