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Imprensa
Prévia do PIB: economia tem queda de 4,05% em 2020

Os fortes impactos da Covid-19 na economia levaram a uma retração de 4,05% na atividade em 2020. O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) foi divulgado nesta sexta-feira.
 
O resultado veio em linha com a projeção do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) de uma queda de 4,1% no ano. Na comparação entre dezembro e novembro, o crescimento foi de 0,64%.
 
Grande parte desse efeito da pandemia foi registrado em março e abril, quando a economia precisou fechar e as primeiras políticas de distanciamento social foram implementadas. O IBC-Br mostra quedas de 5,7% em março e 9,5% em abril.
 
Nos meses seguintes, a flexibilização do distanciamento, abertura dos comércios e o pagamento do auxílio emergencial contribuíram para uma retomada. No entanto, ela não foi suficiente para compensar pelas quedas históricas registradas no início da pandemia.
 
Esses fatores podem ser vistos no desempenho dos setores. O comércio foi o único que registrou alta em 2020, de 1,2%, impulsionado pelo consumo com os recursos do auxílio emergencial e por medidas de crédito, como o Pronampe, que auxiliaram a manter as portas dos estabelecimentos abertas.
 
Já a indústria sofreu um tombo de 4,5%, a maior queda desde 2016. O principal fator foi a queda de 28,1% na produção de veículos, reboques e carrocerias.

O setor de serviços, principal afetado pelas medidas de distanciamento social por depender muito do contato entre pessoas, teve queda recorde de 7,8% em 2020. Entram nessa conta os restaurantes, bares, hotéis e serviços de viagem.
 
A economista-chefe do BNP Paribas, Tatiana Pinheiro, ressalta que a economia vem desacelerando no último trimestre do ano, inclusive em dezembro. Na avaliação de Pinheiro, esse movimento acontece por conta da redução do auxílio emergencial, com parcelas de R$ 300 em vez de R$ 600, e do crescimento de casos da Covid-19.
 
"Além da discussão do auxílio emergencial, temos aí a incerteza de quanto a piora da pandemia pode gerar de inibição do crescimento econômico."
 
O IBC-Br é considerado uma espécie de prévia do PIB por calcular o índice de atividade econômica, mas usa metodologia diferente do IBGE, responsável pelo número oficial, que será divulgado em março.
 
Resultado melhor do que o esperado

Durante o ano, principalmente nos meses mais agudos da crise, agentes econômicos fizeram previsões para a atividade econômica piores do que as registradas pelo Banco Central. Essas expectativas foram sendo ajustadas durante todo 2020.
 
Em junho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a estimar um tombo de 9,1%, número modificado em outubro para 5,8%.
 
O boletim Focus, que reúne as expectativas do mercado para os índices econômicos, chegou a mostrar queda de 6,5% em junho. Na última projeção para o ano publicada no início de janeiro de 2021, a expectativa já era de 4,37%.
Paulo Duarte, economista-chefe da Valor Investimentos, ressalta que apesar do resultado final ter ficado acima das primeiras expectativas, ele ainda é “bem pesado”.
 
"Acho que isso foi impacto de uma recuperação um pouco mais rápida, mas também do auxílio emergencial que foi uma quantidade de dinheiro despejado pelo governo na economia que com certeza sustentou o consumo e também por linhas de crédito e isenções fiscais que o governo atuou ao longo do ano."
 
O próprio Banco Central chegou a estimar uma queda de 6,4% em junho. A expectativa foi revisada em setembro para 5% e novamente em dezembro, para 4,4%. Para 2021, a previsão é de crescimento de 3,8%.

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