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Imprensa
BC mantém ação apesar de repique de preços

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve intacta a sua mensagem de política monetária, que deixa uma porta aberta para eventuais cortes residuais de juros e sinaliza que não vai subir os juros básicos até as suas projeções de inflação e as expectativas de mercado convergirem às metas.

Embora, na prática, a sinalização não tenha mudado em nada, a decisão não deixa de ter alguma dose de importância, já que o cenário econômico desde a reunião de agosto registrou algumas mudanças, com a aceleração dos preços de alimentos e com o desempenho abaixo do esperado do setor de serviços.
 
Com a porta aberta para novos cortes de juros, ainda que com um gradualismo adicional, o Banco Central não encerrou - pelo menos oficialmente - o ciclo de distensão monetária. Ao agir assim, o colegiado sinaliza que atribui alguma probabilidade de que o seu cenário prospectivo para a inflação mude, demandando mais cortes de juros.
 
É o contrário do que alguns analistas econômicos esperavam. Para eles, o Copom deveria dar por encerrado o seu trabalho depois que os preços de alimentos subiram fortemente. São itens com grande visibilidade na população, argumentam, que podem afetar negativamente as expectativas de inflação.
 
Por que o Banco Central deixou uma porta aberta para eventuais cortes? Primeiro, provavelmente porque entende que a pressão de preços de alimentos e outros itens é temporária. “O comitê avalia que a inflação deve se elevar no curto prazo”, diz o comunicado. “Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade.”

Mais do que isso, porém, o colegiado atribui alguma chance de a inflação surpreender para baixo. Um dos pontos que, provavelmente, pretende acompanhar ao longo do tempo é o comportamento do setor de serviços. Esse segmento foi incluído pelo colegiado no balanço de riscos como um fator que poderá levar a inflação para abaixo do esperado.
 
O Copom também manteve intacta a linguagem do seu “forward guidance”. Esse é um sinal de que, nas suas discussões, provavelmente avaliou que a decisão tomada em agosto surtiu o efeito desejado para complementar o estímulo monetário necessário para levar a inflação à meta.
 
Em resumo, o comunicado mostra que, nesta reunião, o Copom não viu motivos para ampliar o grau de estímulos. Mas considera o cenário incerto o suficiente para deixar uma porta aberta para, se necessário, aumentar o grau de estímulo, seja com reduções muito graduais de juros ou com a reformulação do forward guidance.
 

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