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Bancos e fintechs correm para oferecer pagamento instantâneo Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado


Os bancos e as fintechs iniciaram uma corrida para fazer a conexão com a plataforma de pagamentos instantâneos (Pix) do Banco Central (BC), que tem previsão de entrada em vigor oficialmente em novembro deste ano. As instituições financeiras estão comprando tecnologias, desenvolvendo novos produtos e serviços e realizando testes junto ao regulador.
 
Pelas regras vigentes, a participação no arranjo é obrigatória para instituições financeiras e de pagamentos autorizadas a funcionar pelo BC com mais de 500 mil contas ativas, entre corrente, poupança ou de pagamento. O restante do mercado deve se conectar indiretamente, por meio de quem está plugado ao sistema.
 
No total, 980 interessados solicitaram participação desde o lançamento em novembro. Desses, 34 eram participantes diretos e o restante, indireto. O BC precisa regular a figura do “iniciador de pagamento”, instituição que começa a transação a pedido de um cliente com conta em instituição autorizada a funcionar pelo BC, sendo um exemplo os aplicativo de delivery ou de transporte.
 
Desde o fim do ano passado, o setor financeiro começou a buscar empresas de tecnologia para montar seus sistemas e desenvolver produtos e serviços de pagamento instantâneo, movimento que ganhou impulso nos últimos meses. “Estamos conversando com mais de 100 instituições financeiras”, diz Leo Monte, diretor de inovação da Sinqia, uma empresa que vende softwares de conexão ao Pix.
 
As rodadas de testes com a plataforma do BC já iniciaram no mês de junho, para que as instituições financeiras possam checar a conexão. No início de julho, o BC indicou que 102 instituições financeiras já haviam testado a conectividade ao Pix; nove haviam feito testes de liquidação, com consulta de saldo e detalhes de um lançamento; e outras 22 haviam feito aportes e retiradas.
 
Nesses testes, cada passo do pagamento ou transferência é verificado. Como exemplo, o Banco Original está checando a conexão aos sistemas de liquidação de transações e armazenamento de dados, a experiência do usuário final no aplicativo e pagamentos por meio de QR Code. Com isso, está simulando todo o ciclo da transferência de valores. O cuidado com os preparativos do sistema se baseia no fato de que a plataforma de pagamento instantâneo promete funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, para a realização de transferências de valores entre pessoas, empresas e governos. Haverá, ainda, a possibilidade de compras via QR Code (código de imagem) em estabelecimentos comerciais físicos.
 
Com a proximidade do lançamento, os modelos de negócios começam a ficar mais evidentes. Nesse sentido, ganhou espaço o “bank as a service”, isto é, a oferta de pagamento instantâneo - e serviços financeiros em geral - pelos participantes diretos e indiretos a outras empresas, para que elas disponibilizem a seus clientes, como se fossem instituições financeiras.
 
O mineiro BS2, banco digital da família Pentagna Guimarães conectado diretamente ao Pix, lançou em junho o modelo de negócio para participação no pagamento instantâneo, com oferta do serviço em seu aplicativo para pessoas físicas e jurídicas, mas também para fintechs. O BS2 investiu R$ 4 milhões para desenvolver uma infraestrutura proprietária, já homologada pelo regulador.
 
“A expectativa é que, em cinco anos, o Pix represente 15% das 30 milhões de transações eletrônicas do banco”, diz Robson Dantas, diretor-executivo do BS2. Em volume de recursos, essas operações devem representar o equivalente a R$ 2 bilhões.
 
O BBNK, plataforma de conta digital do Banco Máxima que vai se conectar ao Pix por meio do acionista, também quer prestar serviço para as fintechs. O presidente Yan Tirone se aproximou de uma desenvolvedora de software, a Cubos Tecnologia, e desenvolveu a Axis, tecnologia que permitirá ao BBNK distribuir a solução de conexão ao Pix, sem que as fintechs tenham de desenvolvê-la internamente.
 
“Temos mais de 100 clientes e metade deles com interesse no Pix, que vão ter a facilidade de ter atualização ao sistema assim que novas funcionalidades vão sendo lançadas”, diz Tironi. “Acredito que o maior desafio será comunicar ao cliente final, a população em geral que foi digitalizada e bancarizada recentemente.” O investimento na tecnologia foi de R$ 3 milhões.
 
Enquanto o foco neste momento tem sido colocar o sistema para funcionar, as instituições financeiras ainda não estão discutindo qual será o custo da conexão para as partes envolvidas, sejam elas participantes diretos ou indiretos. Até o momento, o que se sabe é que a tarifa do BC deve ficar em um centavo a cada dez mensagens de pagamento realizadas por meio do sistema.
 
Com o custo menor em relação aos sistemas tradicionais - cartões, boletos, TED e DOC -, o Pix deve promover pagamentos e transferências mais baratos e, portanto, inclusivos para desbancarizados. Piero Contezini, que fundou a fintech Asaas em 2013 para permitir que microempreendedores tivessem um sistema de cobrança mais eficiente, aposta neste caminho.
 
Os cerca de 30 mil clientes da fintech emitem hoje mais de 1 milhão de faturas por mês, a maior parte paga com boleto bancário, que tem custo em torno de R$ 9 nos bancos e de R$ 1,99 na fintech. “Com o pagamento instantâneo, que é mais barato, mais microempreendedores vão se interessar pelo nosso serviço, porque o custo vai reduzir consideravelmente.”
 
Outro atrativo para uso do Pix será a rapidez que ele trará para diversos setores da economia. “No comércio on-line, hoje demora-se dois dias muitas vezes para confirmar a compra via boleto, sendo que no pagamento instantâneo é imediato, o que permite entregar a mercadoria no mesmo dia”, diz Alan Chusid, fundador da Spin Pay, fintech que se posiciona como um gateway de pagamento instantâneo no país.
 
 

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