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Imprensa
BC discute portabilidade com bancos e fintechs

[[JPG-12898-2575-E]] O Banco Central já iniciou conversas com representantes de bancos e fintechs para estabelecer regras que facilitem a portabilidade de crédito no país. Conforme o Valor noticiou ontem, o regulador quer incentivar essas operações, além de estimular a concorrência no sistema e reduzir as taxas de juros cobradas de famílias e empresas.
 
Grandes instituições financeiras têm puxado a discussão para as carteiras de maior prazo, como o crédito imobiliário e o financiamento de veículos, em que acreditam haver mais possibilidade de aprimoramento de regras. “É preciso entender a estrutura de custos para capturar clientes nessas modalidades de longo prazo para rediscutir as regras da portabilidade”, disse uma fonte vinculada aos bancos.
 
O diagnóstico do BC é que o mercado cobra um ressarcimento de custo operacional (RCO) muito alto para permitir a portabilidade. Essa taxa é paga pela instituição que recebe o crédito àquela que cedeu para ressarci-la pelos custos da captação de novos clientes. Em empréstimos mais altos, ela representa de 1,5% a 2% do total do crédito - numa operação de R$ 1 milhão, varia de R$ 15 mil a R$ 20 mil.
 
A taxa foi criada diante de um receio do mercado de que não houvesse mais estímulo para a busca de novos clientes e os bancos focassem mais em um “rouba-monte”. Desde então, a RCO é definida a cada dois anos por uma consultoria independente contratada pela Federação Brasileira de Bancos (Febrabran), com base na média do custo de mercado para originar uma nova operação. Contatada, a Febraban não comentou.
 
“No crédito imobiliário e de veículos, os custos para conquistar novos clientes são significativos, porque há toda a estrutura de cartórios e dos departamentos de trânsito nos Estados, por exemplo”, diz o interlocutor ligado a bancos. “Reabrir a discussão e entender a formação desses custos faz sentido, mas não tabelar taxas da portabilidade. É preciso pensar ‘fora da caixinha’.”
 
A portabilidade de crédito passou de R$ 5,9 bilhões em novembro de 2015 para R$ 37,3 bilhões no mesmo mês de 2019, segundo a Câmara Interbancária de Pagamentos, que registra as operações. O salto de mais de seis vezes parece significativo, mas ficou concentrado no crédito consignado, correspondendo em média por 98,8% do total.
 
De acordo com Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), a portabilidade se tornou mais fácil no crédito consignado porque há mais clareza das informações sobre os empréstimos dos clientes, principalmente na esfera pública, o que não ocorre nas demais modalidades, em que é difícil conseguir dados sobre as operações dos clientes.
 
“O lado operacional da portabilidade precisa ser melhor desenhado, para realmente ter solidez de informação para melhorar a experiência de usuário.” Ele afirmou que as discussões com o BC se concentram em padronizar o processo, para evitar que tenha impedimentos da transferência da dívida de um banco a outro.
 
Segundo Pereira, a avaliação do custo de aquisição do cliente está mais complexa, tendo em vista que agora o sistema financeiro conta com fintechs com um modelo novo para originar operações, mais digital e, portanto, padronizar valores para toda a cadeia será um grande desafio.

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