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Imprensa
Serasa vê recuperação no mercado de crédito

SÃO PAULO - O presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi, vê sinais de recuperação no mercado de crédito brasileiro. Segundo o executivo, esse segmento bateu no fundo do poço e dá sinais agora de uma recuperação lenta. Ele admite, no entanto, que a situação é menos favorável nas concessões para empresas, em especial as pequenas e médias.

 

— Não estamos mais afundando. A nossa visão é que já começamos a mostrar uma recuperação. Os bancos estão reduzindo as provisões para devedores duvidosos, talvez já antecipando um ciclo de crescimento. Os indicadores mostram que batemos no fundo do poço e começamos a mostrar uma recuperação lenta — avaliou, em evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil).

 

O executivo lembra que o total de crédito no Brasil atingiu seu recorde em dezembro de 2015, quando chegou a 54% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, com a recessão econômica e maior dificuldade de acesso aos empréstimos, essa relação caiu para 48% em abril deste ano. Além disso, houve o aumento de inadimplentes.

 

Segundo dados da Serasa, que é um dos maiores cadastros de dados e análise de crédito, o Brasil tem 59,9 milhões de pessoas com algum tipo de anotação negativa (atraso) em seus compromissos financeiros.

 

— Esse é um problema sério no Brasil e que foi aumentando nos últimos dois anos. Mas começa a ter sinais de estabilização. Ainda não é uma recuperação, mas já é um dado importante — disse.

 

Os dados da Serasa mostram ainda que há um aumento na demanda por crédito em 2017, após ajustes no orçamento feitos por empresas e famílias. O crescimento no acumulado do ano até maio é de 1,9% em relação a igual período do ano passado. Já na comparação de maior contra maio, a alta é de 7,2%.

 

— As empresas cortam custos nos últimos dois anos. O mercado agora apresenta os primeiros sinais de recuperação. Ainda temos turbulências políticas, mas vemos um cenário melhor em relação ao que vimos em 2015 e 2016 — concluiu.

 

Segundo dados do Banco Central, o estoque de crédito no Brasil em 2017 recuou 3%. Neste ano, a previsão é de uma leve alta de 2%.

 

MERCADO DE CAPITAIS

Cristiana Pereira, diretora de desenvolvimento de empresas da B3 (ex-BM&FBovespa e Cetip), vê também uma recuperação no mercado de capitais no Brasil, com mais emissões de ações e captação de recursos por meio de instrumento como debêntures e certificados de recebíveis.

 

— Esse ano começamos com um tom de otimismo mais forte. Nos primeiros meses desse ano a atividade tem sido bastante intensa e esperamos que seja melhor que os últimos três anos — avaliou.

 

Até maio, as emissões de renda fixa e variável somam pouco mais de R$ 50 bilhões. Se o desempenho prevalecer até o final de 2017, a expectativa é que o total supere os R$ 114 bilhões do ano passado e os R$ 116 bilhões de 2015.

 

A executiva lembrou ainda que três empresas já fizeram oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) neste ano e outras seis já pediram registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entre elas o Grupo Carrefour e IRB-Brasil (Instituto Brasileiro de Resseguros). Nas contas da B3, o número de IPOs no ano deve ficar em torno de 20.

 

Essa intenção das empresas captarem também é vista no Bradesco. Segundo Denise Pavarina, diretora-executiva da instituição, a queda dos juros, que devem terminar o ano em torno de 8%, fazem com que os investidores busquem melhores oportunidades de investimento e, do lado das empresas, abre espaço para investimentos.

 

— Há disposição para captação. A taxa também favorece a Bolsa. Temos empresas que já nos contrataram para fazer oferta de ações. Naturalmente elas estão segurando um pouco devido à crise política, mas não desistiram e devem ficar prontas no segundo semestre — avaliou.

 

Para Patricia Moraes, diretora do JP Morgan, as empresas brasileiras também estão aproveitando as oportunidades no exterior. A emissão de título de dívida no mercado internacional (bonds) somam até agora US$ 15 bilhões, quase o valor registrado durante todo o ano de 2016, que ficou em US$ 17 bilhões.

 

— Apesar da alta do juro americano, as taxas no exterior em um nível muito razoável e as empresas estão vendo oportunidade e indo a mercado — afirmou.

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