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Imprensa
Aposentados da região têm média de dois créditos consignados

Em 2016, foram concedidos na região 656.961 empréstimos consignados tendo como garantia o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Considerando que as sete cidades têm 318.843 aposentados e 117.567 pensionistas, é possível estimar que todos estão endividados e que cada um deles tem média de dois financiamentos. Isso porque os dados levantados pelo INSS a pedido do Diário refere-se ao número de contratos assinados, portanto, da mesma forma que um beneficiário pode ter mais de um crédito ativo, outro pode não ter nenhum.
 
No ano passado, o total de empréstimos consignados do INSS dobrou no Grande ABC, haja vista que em 2015 foram firmadas 320.462 transações. Quanto ao volume disponibilizado aos aposentados e pensionistas, de R$ 1,96 bilhão, houve aumento de 48,2% ou R$ 637 milhões frente aos 12 meses anteriores, quando foi liberado R$ 1,323 bilhão.
 
Segundo o assessor da diretoria da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Ewander Cezar Moraes, a crise tem atingido em cheio o orçamento das famílias e, especialmente, os aposentados. “Eles não tiveram seus salários reajustados na mesma proporção dos produtos que consomem, por isso estão defasados para fazer suas compras e bancar despesas como plano de saúde e remédios, e precisam recorrer a empréstimo consignados para sobreviver”, assinala. Benefícios equivalentes ao salário mínimo foram corrigidos em 6,48% e, os acima disso, 6,58%.
 
É o caso da pensionista andreense Dora Glória Cipriano, 64 anos, que em dezembro contratou consignado para fazer pequenos reparos em casa e comprar um fogão novo. “Desde quando comecei a receber o benefício do INSS pego um empréstimo atrás do outro, termino de pagar um e já pego o próximo, senão não consigo fazer nada”, conta.
 
Dora ainda está pagando seu financiamento, mas já está fazendo planos para os próximos. Ela afirma que ainda falta fazer o revestimento do chão e trocar uma das portas enferrujadas em sua casa.
 
Outro fator que justifica o impulso na contratação de empréstimo é que, com o crescimento do desemprego, os aposentados voltaram a ser o ‘arrimo’ da família. Segundo Moraes, muitas vezes eles se endividam para ajudar seus entes, como filhos e netos.
 
ORIENTAÇÃO - De acordo com o educador financeiro e diretor da unidade DSOP ABC, Edward Claudio Júnior, se bem planejado, o crédito consignado é positivo. “Pelo fato de a população não ter bons hábitos financeiros, porém, em 2017 a tendência é que o número de empréstimos aumente ainda mais”, afirma.
 
Nos três primeiros meses deste ano foram assinados 168.345 contratos de crédito consignado – 25,6% do total de 2016. E, ao todo, já foram emprestados R$ 473,9 milhões, representando 24,1% do valor total do ano passado.
Júnior ressalta que é possível comprometer até 30% do salário, no período de 24 a 36 meses. Logo, é necessário planejar os gastos para não comprometer o orçamento.
 
Há também a possibilidade de comprometer até 5% do benefício com gastos do cartão de crédito. Caso a pessoa não consiga pagar o valor mínimo, ele será descontado da aposentadoria ou pensão. Entretanto, a orientação é a mesma. “É preciso se perguntar se o valor irá caber no orçamento antes de gastá-lo.”

Modalidade é opção para trocar dívida mais cara
O crédito consignado é alternativa para trocar uma dívida mais cara, por exemplo, cheque especial, cartão de crédito ou empréstimo sem garantias. Conforme dados da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), em março, os juros médios para empréstimo pessoal em bancos era de 4,5% e, em financeiras, 8,2%. Entretanto, segundo o educador financeiro da DSOP Edward Cláudio Júnior, os juros do consignado estão, em média, 2,5%. A taxa do cheque especial gira em torno de 12,4% e, a dos juros do cheque especial, 15,1%. “As pessoas têm a cultura de usar o cartão de crédito sem planejar, e isso só faz com que a dívida vá aumentando”, destaca Júnior. “Com planejamento, trocar uma dívida maior por uma menor é vantajoso.”
Também é importante lembrar que, caso não consiga pagar o empréstimo, é essencial procurar o banco ou financeira para renegociá-lo. 

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