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Selic em alta deve encarecer o crédito imobiliário

Fonte: Valor Econômico - 21/06/2021 às 11h06

Após um ciclo de cortes que levou os juros do crédito imobiliário às mínimas históricas, a taxa básica Selic subiu pela terceira vez em 2021, indo a 4,25% ao ano. Até o momento, a média dos juros de financiamento de imóveis continua abaixo de 7% ao ano entre os cinco maiores bancos, segundo o comparador de crédito Melhortaxa. No entanto, com a escalada da Selic, os bancos tendem a aumentar as taxas cobradas, impactando o financiamento imobiliário.
 
Para quem quer comprar imóvel a prazo, a janela de oportunidade está quase se fechando. Quando há uma alta nas taxas de financiamento, ainda que pequena, o custo do crédito de longo prazo se torna bem maior e as parcelas, mais salgadas.
 
Mas, de acordo com o presidente da plataforma de crédito imobiliário Credihome, Bruno Gama, os bancos ainda possuem boas margens para trabalhar com taxas historicamente baixas como vemos agora. Por isso, mesmo que essa seja a terceira alta da Selic, ainda há espaço para manter o ambiente competitivo.
 
“Essa alta da Selic, para 4,25%, ainda não deve gerar um repasse para as taxas de crédito imobiliário, uma vez que os bancos ainda têm margens boas e suficientemente saudáveis. Além disso, a competição nesse mercado está alta entre os principais bancos de varejo, já que o crédito imobiliário é utilizado como ferramenta de fidelização da base de clientes, afirma".
 
No entanto, com uma demanda ainda em alta por financiamento, os bancos podem não aceitar reduzir suas margens por um longo período, principalmente se a Selic continuar subindo.
 
“O patamar que temos visto no crédito imobiliário é do piso histórico do Brasil. No curto e médio prazo, talvez tenha algum ajuste de taxa para cima. Mas, sem dúvida ainda estamos na janela de oportunidade pra adquirir um novo imóvel ou partir para um ‘upgrade’. Ainda que não pegue a menor de todas as taxas, será um patamar bom, principalmente quando se vislumbra uma subida da Selic”, afirma a presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Cristiane Portella.

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