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Regulador agora prevê crédito 11,1% maior
O Banco Central (BC) está mais otimista que instituições financeiras e consultorias com as perspectivas para o crescimento do crédito neste ano. A autoridade monetária revisou ontem no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) sua projeção para a expansão do estoque de empréstimos e financiamentos em 2021, de 8% para 11,1%. Já a estimativa mediana do mercado é de alta 8,8%, conforme divulgado nas estatísticas do questionário pré-Copom na quarta-feira.
“Os dados do mercado de crédito divulgados desde o último Relatório mostraram desempenho acima do esperado em todos os segmentos”, disse o BC.
A autoridade monetária destacou, por exemplo, o crédito direcionado, que “surpreendeu” nas operações com pessoas físicas e jurídicas”. Os empréstimos direcionados são aqueles com taxas de juros regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários. “Os financiamentos imobiliários impulsionaram o crescimento do saldo do crédito direcionado às famílias, com volume de concessões crescente”, afirmou o regulador, também chamando a atenção positivamente para os empréstimos rurais.
Já no crédito livre, em que as taxas são pactuadas pelo mercado, o destaque foi o aumento nas contratações de pessoas jurídicas em março, no desconto de recebíveis e no financiamento às exportações.
No cenário apresentado pelo BC, o estoque total crédito a empresas deve ter alta de 8% no ano, bem acima dos 3,4% projetados no RTI de março. Para as pessoas físicas, a estimativa passou de 11,5% para 13,5%. No caso dos créditos livre e direcionado, as projeções subiram respectivamente de 11,1% para 13,5% e de 3,7% para 7,7%.
Segundo a autoridade monetária, o quadro é de “volta do protagonismo do crédito às famílias”, embora “novos estímulos creditícios para as pequenas e médias empresas” tenham diminuído a intensidade da desaceleração projetada para o crédito direcionado às pessoas jurídicas.
As estimativas do BC são mais otimistas que as do mercado em todas as frentes. As projeções medianas de instituições financeiras e consultorias eram de 5,5% para pessoas jurídicas, 10,6% paras pessoas físicas, 11% no crédito livre e 5,4% no crédito direcionado.
As perguntas do questionário são enviadas pelo BC a economistas do mercado antes das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Posteriormente, essas estimativas ajudam o colegiado a decidir sobre a trajetória Selic. As respostas foram mandadas de volta ao BC entre 4 e 11 de junho.