Fonte: Valor Econômico
 
A agência de classificação de risco Fitch manteve inalterada a nota de crédito de longo prazo em moeda local e estrangeira do Brasil, em “BB-”, assim como a perspectiva em “negativa”. Em relatório divulgado ontem, a Fitch informa que o país permanece com endividamento público elevado, estrutura fiscal rígida, potencial de crescimento econômico frágil e cenário político desafiador, que dificulta o avanço das reformas econômicas e fiscais no prazo adequado.
 
Segundo a Fitch, a perspectiva “negativa” para o país reflete os riscos para a consolidação fiscal e a recuperação econômica necessária para a estabilização da dívida pública no médio prazo, após a forte deterioração das contas fiscais e da carga da dívida pública em 2020, especialmente à luz da evolução incerta da pandemia, o processo de vacinação e consequências econômicas.
 
“As pressões sobre os gastos públicos persistem e um apoio fiscal adicional para enfrentar as consequências da pandemia não pode ser descartado. Fragilidades fiscais contínuas, bem como vencimentos de dívidas encurtados, tornam o Brasil vulnerável a choques”, diz. A agência aponta ainda que riscos negativos derivam da evolução incerta da pandemia e potenciais atrasos no processo de vacinação.
 
O governo respeita a visão particular de cada agência de avaliação de risco, disse o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. O secretário acrescentou que o governo tem tido muito contato durante elaboração dos relatórios deles. “Natural que tenham certas incertezas”, afirmou. “Somos mais confiantes que eles.”
 
O governo brasileiro está mais seguro quanto à trajetória da consolidação fiscal do que a agência, disse. O secretário afirmou não acreditar que a agência esteja preocupada com populismo fiscal. “E nós também não estamos preocupados”, disse.