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Crédito para o Brasil cai em US$ 43 bi em um ano
Os créditos externos para o Brasil continuaram a diminuir em US$ 7 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultando numa contração total de US$ 43,4 bilhões desde o segundo trimestre de 2020, segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), espécie de banco dos bancos centrais.
A baixa para o Brasil contrasta com o crescimento de US$ 114 bilhões de empréstimos internacionais para as economias emergentes em geral entre janeiro e março. A maior parte dos recursos tomou o rumo da Ásia-Pacífico, com US$ 118 bilhões. África e Oriente Médio também obtiveram mais créditos.
Já os financiamentos para a América Latina caíram US$ 18 bilhões no primeiro trimestre. A redução agora alcança US$ 89 bilhões desde o fim de 2019. Isso empurrou a taxa anual de créditos para a região para -13,3%, seu nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2009.
A redução acumulada de crédito desde o fim de 2019 cresceu em outras economias da região, como no México (-US$ 15 bilhões), Chile (-US$ 10 bilhões) e Colômbia (-US$ 4 bilhões). Os créditos para bancos na região foram os que mais se contraíram, seguidos por aqueles para o setor não financeiro (incluindo governos).
Os bancos declarantes, principalmente nas Ilhas Cayman, Espanha e EUA, reduziram seus empréstimos interbancários, enquanto bancos no Reino Unido relataram menor quantidade de títulos de dívida emitidos por tomadores de empréstimos no México.
Indicadores de liquidez global do BIS mostram, por sua vez, uma freada nos créditos em dólar dos EUA para a América Latina no primeiro trimestre deste ano, comparado a uma alta média de 4% anual nos últimos cinco anos. Nas outras regiões, os financiamentos em dólar continuaram, porém, a aumentar.
Enquanto o México atraiu créditos em dólar a uma taxa de crescimento de 3% anualizada, no Brasil e na Argentina esse tipo de operação caiu cerca de 9% em base também anual. O acumulado de crédito em dólar para o Brasil é de US$ 168,4 bilhões e em euro equivale a US$ 13,6 bilhões.
No geral, a evolução de crédito nas três principais moedas tem sido diferente, globalmente. Os financiamentos em dólar para tomadores fora dos EUA atingiram acumulado de US$ 13 trilhões, com alta anual de 4%. O crescimento de créditos em euro para tomadores fora da zona do euro seguiu fraco, em torno de 1% e equivalente a US$ 4,1 trilhões. Os créditos em iene fora do Japão tiveram contração de 7%, equivalente a US$ 400 bilhões.