Clipping
Brasil logo terá mais contas digitais que gente, mas bancos têm de fazer mais negócios por cliente
Fonte: O Estado de S. Paulo
Ainda este ano, o Brasil deve ter mais contas digitais do que gente. Logo serão 200 milhões de contas, conforme projeções da Idwall, startup que presta serviços de identificação virtual de documentos. Na liderança, está o Nubank.
Nesta semana, oito anos após ser lançado, o maior dos bancos digitais bateu a marca de 40 milhões de contas, quando se somam, além do Brasil, as operações na Colômbia e no México. O crescimento tem sido a um ritmo de 40 mil correntistas por dia.
Mais novo, o C6 Bank, lançado há menos de três anos, corre para alcançar o pelotão da frente, e tem sido o mais ágil entre os seis bancos digitais analisados no estudo da Idwall: conta com mais de 7 milhões de contas abertas, e alcançou seu primeiro milhão em apenas seis meses de operação, praticamente um quarto do tempo gasto pelos outros cinco, em média. O próprio Nubank levou mais de três anos para ultrapassar esse marco.
Todo esse crescimento, no entanto, carece de substância, na opinião do analista do Itaú BBA para o setor, Pedro Leduc. Para ele, não significa mais tanta coisa quando uma instituição se gaba de ter 10 milhões ou 20 milhões de contas abertas. O que importa é o tanto de transações que esses clientes fazem por meio delas. Nubank e C6 Bank, segundo ele, têm baixo nível de depósito por correntista, o que indica menor potencial para oferta de crédito.
A equipe do Itaú BBA revisou sua metodologia para analisar negócios digitais em maio, o que levou ao aumento do preço-alvo para os papéis do Banco Pan em 70%. Mas Leduc afirma que o caso do Pan é diferente dos outros bancos digitais: a instituição, controlada pelo BTG Pactual, usa uma ‘vaca leiteira’, que é a operação bancária tradicional, para erguer um banco digital, com diversos efeitos multiplicadores de negócio.