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BC vai apertar passo e levar Selic a 7,5%, afirma gestor
O Banco Central (BC) se mostrou preocupado quanto às pressões inflacionárias e tenta evitar uma desancoragem das expectativas de médio prazo. Com estimativas que apontam para uma inflação de serviços ainda mais pressionada no futuro próximo, o BC deve acelerar o ritmo de elevação da taxa de juros em agosto para um ponto percentual “ou um pouco mais”. É o que avalia Thiago Mendez, gestor responsável pelas estratégias de renda fixa da Bahia Asset Management, casa com cerca de R$ 15 bilhões em ativos sob gestão.
O cenário básico da gestora é que a Selic deve encerrar o ciclo em 7,5% e, no campo restritivo, o juro básico poderia dar apoio a uma apreciação adicional do câmbio, “mas não na intensidade vista até agora”, ressalta o profissional.
Em entrevista ao Valor, Mendez observa, ainda, que os números do mercado de trabalho dos Estados Unidos conhecidos na semana passada devem satisfazer o Federal Reserve (Fed) para que se comece o debate sobre o início da redução das compras de ativos (“tapering”). Nesse contexto, ele acredita que a curva de juros americana está “excessivamente ‘desinclinada’”, ou seja, que a diferença entre as taxas dos Treasuries de curto prazo e os rendimentos longos está muito baixa. “Acreditamos que é temporário e que alguns desdobramentos irão permitir que o juro longo suba um pouco”, diz.