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BC projeta inflação maior em 2021 e de 3,5% em 2022
O Banco Central (BC) projeta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,3% em 2023, conforme divulgado nesta quinta-feira no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho. Para 2021 e 2022, as estimativas são de 5,8% para 2021 e 3,5% para 2022, conforme divulgado pela autoridade monetária em sua mais recente reunião para decidir o juro básico.
Essa é a projeção central do BC, que pressupõe taxa de juros extraída da pesquisa Focus, terminando 2021 em 6,25% ao ano e 2022 em 6,5%. Já a taxa de câmbio começa em R$ 5,05, a média da semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária, e evolui de acordo com a paridade do poder de compra (PPC).
No documento de março, as estimativas eram de 5% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,5% para 2023. Na ocasião, o cenário do BC mostrava a Selic em 4,5% no fim de 2021, 5,5% no fim de 2022, e o câmbio partindo de R$ 5,70.
A meta de inflação é de 3,75% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidirá a meta de inflação de 2024 hoje.
Segundo o Relatório de Inflação, os principais fatores de revisão para cima nas estimativas para o IPCA foram: inflação observada recentemente maior do que a esperada; revisão das projeções de curto prazo, refletindo as pressões correntes; elevação dos preços de commodities, incluindo o preço do petróleo; crescimento das expectativas de inflação da pesquisa Focus; alteração da hipótese sobre a bandeira tarifária da energia elétrica para os finais de 2021, 2022 e 2023, que aumentou a projeção para o primeiro.
Entre os elementos que dão alívio às projeções, o BC lista trajetória mais elevada da taxa Selic da pesquisa Focus, que representou um aumento significativo da taxa real considerada; apreciação cambial; e queda do indicador de incerteza econômica em ritmo inferior ao considerado.
Teto e piso
O BC não vê chances de o IPCA fechar abaixo do piso da meta em 2021, mas aponta risco de 74% de ficar acima do teto neste ano. A estimativa considera Selic com trajetória projetada na pesquisa Focus e taxa de câmbio evoluindo segundo a paridade do poder de compra.
Para 2022, as chances de ficar abaixo do piso são de 14%, mesmo índice para o risco de ficar acima do teto. No caso de 2023, as chances de ficar abaixo do piso são de 13% e de ficar acima do teto, de 15%.
Vale reforçar que o BC deve perseguir uma variação do IPCA 3,75% em 2021, 3,5% em 2022 e 3,25% em 2023. O sistema prevê um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. O BC projeta inflação de 5,8% para este ano, ou seja, superando o limite superior da meta em 0,55 ponto porcentual. Para os anos seguintes, as estimativas estão dentro da meta.
Quando a inflação anual fica fora do intervalo de tolerância, o presidente do BC precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Economia explicando os motivos que levaram ao não cumprimento da meta e detalhando ações que serão tomadas para corrigir o problema.
Inflação mensal
A expectativa do BC é de que a inflação fique em 0,62% em junho, 0,39% em julho e 0,26% em agosto. Caso se confirme esse cenário, o IPCA em 12 meses deve chegar a 8,5% em agosto.