O CEO do Pan, Carlos Eduardo Guimarães, afirmou que o crédito pessoal deve ter crescimento importante na carteira do banco no segundo semestre. Em teleconferência com analistas sobre o balanço do segundo trimestre, ele disse que uma das maiores promessas no curto prazo é o empréstimo pessoal com garantia do FGTS, que pode ser “um novo consignado”. “Estamos bem preparados para originar isso tudo digitalmente, tem muito para crescer”.
No médio prazo, o executivo afirmou que a parte de adquirência deve ter uma contribuição importante para a carteira do Pan.
 
A carteira de crédito avançou para R$ 32,355 bilhões no segundo trimestre, com alta de 31% sobre segundo trimestre do ano anterior e 7% maior do que no primeiro trimestre deste ano. Ela é formada 48% por consignado, 42% por financiamento de veículos, 8% em cartões, 1% em crédito pessoal e 2% em crédito imobiliário e corporativo - estes últimos foram descontinuados ("run-off").
 
Apesar da fatia ainda pequena na carteira total, o crédito pessoal teve crescimento anual de 9.640% no segundo trimestre. Em cartões, o avanço foi de 116%, seguido por veículos (43%) e consignado (19%).
 
Na parte de consignado, o diretor de relações com investidores do Pan, Inácio Caminha, explicou que o aumento já era esperado, já que uma mudança regulatória permitiu uma fatia adicional de 5%, para até 40% do salário dos beneficiários do INSS. Com isso, a originação média mensal passou de R$ 716 milhões no primeiro trimestre para R$ 1,553 bilhão no segundo trimestre. No Pan, 89% da carteira de consignado é com beneficiários do INSS.
 
A originação de crédito para financiamento de veículos leves teve queda de 9% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, o que Caminha atribuiu a uma maior competição no segmento, mas ressaltou que o ritmo continua forte.
 
Sobre a inadimplência, os executivos do Pan afirmaram que estão confortáveis com os índices e que ela voltou para patamares em linha com o histórico da instituição. A inadimplência acima de 90 dias aumentou para 5,4%, de 5,0% no primeiro trimestre e após o pico de 7,00% no segundo trimestre do ano passado. A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias), está em 7,5% abaixo da média histórica.
 
Caminha ressaltou ainda que o Pan emitiu quase 700 mil cartões no segundo trimestre, impulsionado pelo aumento da base de clientes em sua conta digital. O banco atingiu a marca de 12,4 milhões de clientes, alta de 122% em relação ao segundo trimestre do anterior, dos quais 8,3 milhões estão na unidade de banking, que engloba os clientes que possuem conta e/ou cartão.