856 AGÊNCIAS ENCERRADAS PELOS GRANDES BANCOS EM 2024

Entre 2023 e 2024, 1.535 agências bancárias foram desativadas.

Não é notícia quente nem novidade. Nos últimos anos, foram 5 mil agências, uma tendência natural com a evolução da tecnologia, a reconfiguração arquitetônica no atendimento presencial e, sobretudo, a inviabilidade econômica no atendimento do público de baixa renda.

As agências bancárias têm custos fixos elevadíssimos de instalações, segurança e operações, notadamente em mão de obra. Ou os grandes bancos se adaptam, ou as fintechs serão as donas do mercado!

Esse espaço de atendimento foi naturalmente ocupado pelos correspondentes, que constituem um modelo de serviço mais flexível, econômico e fartamente distribuído em todo o território nacional. Nada novo, só um pouco atrasado no Brasil, considerando que, em meados dos anos 1800, o Wells Fargo se notabilizou no oeste americano com uma vasta rede de quase dois mil correspondentes ou representantes.

Correspondentes, que têm sido marginalizados e atacados vorazmente por ministérios deste governo, destacadamente pelos Ministérios do Trabalho e da Previdência, que deveriam tê-los como aliados na democratização dos serviços financeiros.

Há muitos anos, a ANEPS tem investido na capacitação, profissionalização, autorregulação e na conduta rígida e severa de nosso segmento econômico. Em um universo próximo de dois milhões de colaboradores, temos uma amostra da sociedade. Portanto, existem desvios e, contra esses desvios, nosso combate é diuturno.

Essa persistente atitude contra os correspondentes não tem endereçamento lógico. Ficamos a pensar que o gabinete e o ar-condicionado em Brasília turvam a visão e audição de alguns de seus ocupantes. A demografia e o enorme gradiente social do Brasil indicam claramente a predominância da população de baixa renda nos mais diferentes pontos do país. Por que não delegar claramente essa tarefa aos correspondentes?