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Imprensa
Concentração aumenta e 5 bancos já detêm mais de 80% dos ativos no país

Em 1995, a fatia dos 5 maiores bancos era de 56%, segundo dados do BC.
Bradesco anunciou a compra do HSBC no Brasil por R$ 17,6 bilhões.


O processo de fusão e aquisições de bancos no Brasil nos últimos anos elevou a fatia de ativos concentrados nos cofres das maiores instituições financeiras comerciais em operação no Brasil. Dados do Banco Central mostram que no final de 2014 os 6 maiores bancos concentravam mais de 80% do total do montante em circulação no sistema bancário brasileiro. Em 1995, a fatia nas mãos dos 6 maiores era de 60%.

Nesta segunda-feira (3), o Bradesco anunciou a compra das operações do HSBC no Brasil em um negócio que movimentou US$ 5,2 bilhões, o equivalente a R$ 17,6 bilhões. A aquisição, que une o quarto e sexto maiores banco comerciais no Brasil, cria um grupo com cerca de R$ 1,2 trilhão em ativos, carteira de crédito de R$ 522 bilhões e 31,4 milhões de correntistas.

Segundo o Banco Central, Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC somavam em dezembro do ano passado R$ 5,15 trilhões em ativos ou 82,5% de um total de R$ 6,25 trilhões do somatório das posições contábeis dos bancos com operações comerciais, o chamado "Consolidado Bancário I".

Com a aquisição do HSBC pelo Bradesco, apenas 5 instituições financeiras do país (Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander) passam a deter mais de 80% dos ativos no sistema bancário.

Em dezembro de 1995 (dado mais antigo da série do BC), os maiores bancos do país eram, pela ordem: Caixa, BB, Banespa, Bradesco, Unibanco e Itaú. Juntos, os 6 concentravam 60,5% dos ativos. Já os 5 primeiros somavam 56%.

Entre os bancos que deixaram de operar no país, passaram por fusão ou foram incorporados por concorrentes de lá para cá estão Banespa, Unibanco, Real, Nossa Caixa, Bamerindus, Sudameris, BCN e Banerj.

Bradesco sobe para a 3ª posição
Com a compra, o Bradesco retoma da Caixa Econômica Federal a terceira posição no ranking de maiores bancos do Brasil por ativos e encosta em seu maior concorrente, o Itaú, maior banco privado do país. O Bradesco passou a ter também a maior folha salarial do setor, com mais de 115 mil empregados e cerca de 500 agências a mais que Itaú Unibanco, destaca a agência Reuters.

O Bradesco informou que os clientes do HSBC continuarão a ser atendidos "da forma habitual" e, após a conclusão da operação, passarão a contar com todos os produtos, serviços e comodidades oferecidos pelo banco.

"A aquisição proporcionará vários benefícios para os clientes de ambas as instituições, tais como o aumento da cobertura e da rede de atendimento em todo território nacional e acesso aos produtos distribuídos pelas duas instituições", disse o Bradesco, em comunicado.

A venda, que ainda requer aprovação regulatória, pode ser concluída até junho de 2016, segundo o Bradesco.

O HSBC Brasil conta hoje com 5 milhões de correntistas e está instalado em 529 cidades. São 851 agências, 464 postos de atendimento, 669 postos de atendimento eletrônico, 1.809 ambientes de autoatendimento e 4.728 caixas eletrônicos. O banco entrou no país há 18 anos, quando comprou o extinto Bamerindus.

Sem definição sobre cortes
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Finaceiro (Contraf-CUT) manifestou preocupação com o negócio e com o aumento da concentração bancária no país e solicitou uma reunião com os dois bancos para discutir a  manutenção dos empregos.

"O resultado da aquisição do Bradesco vai agravar esse oligopólio. Os cinco maiores bancos, antes da aquisição, concentravam 80% dos ativos, 84% do crédito, 87% dos depósitos à vista, 95% dos depósitos de poupança e 87% das agências. Depois da aquisição do HSBC, concentram 83% dos ativos, 86% do crédito, 92% dos depósitos à vista, 96% da poupança e 91% das agências", afirmou a confederação em comunicado.

Questionado durante teleconferência realizada nesta manhã sobre possíveis cortes de empregos ou de agências, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, não deu detalhes sobre o assunto.

“Você não faz uma aquisição desse porte olhando o corte de agências ou previsão de funcionários, os elementos balizadores é o que isso agrega ao nosso tamanho, nossa eficiência e capacidade de competição no mercado. O processo de integração será primeiramente analisado por um comitê de transação, as autoridades terão de se manifestar sobre a aprovação da operação, e depois teremos condições de comentar algum detalhe sobre essa informação”, disse.

Evolução da mão de obra no setor
No final do ano passado, o número total de empregados do HSBC no Brasil era de cerca de 21 mil trabalhadores.

Segundo dados da Contraf, a fusão do Itaú com o Unibanco resultou no fechamento de mais de 15 mil pontos de trabalho no país desde 2008. Já a compra do Banco Real pelo Santander teria provocado desde 2007 o corte de 2.969 trabalhadores.

O número de trabalhadores no setor, no entanto, manteve trajetória de crescimento até 2013, quando chegou a 512 mil profissionais. Em 1999, eram 393 mil trabalhadores no mercado bancário. Em 2013, chegou a 512 mil. Atualmente, são mais de 500 mil trabalhadores. 

A Contraf alerta, porém, que de janeiro de 2012 a junho de 2015 o saldo de empregos no setor bancário, exceto Caixa, é de -22.136.



 


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