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Imprensa
Com atividade fraca e alta dos juros, crédito bancário 'patina' em 2015

No 1º semestre, crédito cresceu somente 2,8%, menor taxa desde 2009.
Para 2015 fechado, projeção do BC é de que crédito dos bancos suba 9%.

O fraco ritmo de atividade econômica, com a possibilidade de a economia brasileira estar entrando em uma recessão, e o forte crescimento dos juros bancários neste ano inibiram a tomada por novas operações de crédito, que avançaram somente 2,8% no primeiro semestre, segundo informações do Banco Central.

De acordo com o BC, o crescimento de 2,8% dos empréstimos ofertados pelos bancos nos seis primeiros meses deste ano é o menor, para este período, desde o início da série histórica, em 2008. Foi a menor expansão, para um primeiro semestre, portanto, dos últimos oito anos. Em junho, o volume de crédito bancário atingiu R$ 3,1 trilhões, o equivalente a 54,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Atividade fraca e alta dos juros
"O crescimento [do crédito bancário] vem mostrando desaceleração. Basicamente dois fatores são determinantes: um é o próprio dinamismo da economia, com menor ritmo de crescimento, e o outro é a elevação da taxa de juros. O ciclo [de alta dos juros básicos, promovida pelo BC] já vem de algum tempo e isso se reflete na evolução [do crédito bancário]", avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

O representante do BC observou, porém, que olhando um horizonte de tempo "mais amplo", existe "uma tendência natural de [o crédito bancário] mostrar crescimento menor". "É natural que as taxas sejam menores ano a ano", avaliou Tulio Maciel. Ele acrescentou, porém, que o nível de atividade e a alta dos juros foram os fatores que mais pesaram em 2015. "Não quer dizer que vai necessariamente desacelerar em todo ano", declarou.

Para todo este ano, a projeção do Banco Central é de que o crédito dos bancos suba 9%. Com isso, desacelerar pelo quinto ano consecutivo. Se confirmado, será o menor ritmo de expansão desde o início da série histórica do BC para o indicador, em 2008, e, também, a primeira vez que a expansão será menor do que 10%. O BC não divulga dados, na série histórica, de anos anteriores a 2008.

Crédito livre X direcionado
De acordo com o Banco Central, o crédito com recursos livres (sem contar habitacional, rural e BNDES) somou R$ 1,59 trilhão em junho, com alta de 0,9% no mês e de 4,9% em doze meses.

"No mês, as operações com pessoas jurídicas cresceram 1,3%, saldo de R$ 805 bilhões, sobressaindo os financiamentos às exportações e outros créditos (notadamente, aquisição de recebíveis). No crédito às famílias, volume de R$ 794 bilhões e expansão de 0,5%, destacaram-se o crédito consignado e cartão de crédito à vista", informou a instituição.

Já o crédito com recursos direcionados (rural, habitação e do BNDES) atingiu R$ 1,5 trilhão em junho (+0,4% no mês), totalizando R$ 672 bilhões (+0,9%) no segmento de pessoas físicas e R$ 833 bilhões, mesmo patamar de maio, na carteira de pessoas jurídicas.

Atividade econômica
Por atividade econômica, incluindo pessoas jurídicas dos setores privado e público, informou o Banco Central, os setores com maior crescimento foram o comércio (principalmente, atacadista de combustíveis) e os serviços industriais de utilidade pública (destaque para eletricidade e gás), com saldos respectivos de R$ 302 bilhões (+2%) e R$ 149 bilhões (+1,6%).

"O crédito ao setor privado cresceu 0,6% no mês, alcançando R$ 2,87 trilhões, enquanto o crédito para o setor público aumentou 1,4%, para R$ 231 bilhões, refletindo aumentos de 2,5% e 0,4% nas operações destinadas a entidades do governo federal e a estados e municípios, respectivamente", explicou a autoridade monetária.



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