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Imprensa
Brasil defende que econômia deve prevalecer sobre política nos Brics


O plano de parceria econômica que os países dos Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — vão lançar na quinta-feira, 9, é uma resposta ao diagnóstico de que a maior ameaça ao projeto estratégico do grupo decorre da perda de ritmo de crescimento de suas economias. É o que afirma o embaixador José Alfredo Graça Lima, principal negociador (“sherpa”) do Brasil nos Brics.

Num cenário de persistente desaceleração da economia global, queda dos preços de commodities e baixa da demanda, onde os membros do grupo são todos produtores ou consumidores de peso, um esboço de reação deve vir com estímulos para mais investimento e comércio no grupo, que representa 27% do PIB global em termos de paridade de poder de compra.

Na perspectiva brasileira, a combinação da criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) com US$ 50 bilhões, do fundo de reservas de US$ 100 bilhões para enfrentar crises, e o consenso por parceria econômica devem “assegurar que os temas econômicos e financeiros tenham precedência sobre os temas políticos” no grupo desses grandes emergentes.

O plano, que os Brics querem ver percebido como “uma mudança de patamar”, incluirá cooperação em mais de 20 áreas, como investimento, comércio, energia, mineração, operações financeiras, infraestrutura. As trocas entre os cinco emergentes, que alcançaram US$ 291 bilhões em 2014, podem prosperar mais rapidamente com um acordo de facilitação de comércio.

Para Graça Lima, o plano será o principal resultado da cúpula dos líderes que ocorre hoje e amanhã em Ufá, a 1.300 quilômetros de Moscou. A seu ver, é natural que haja essa resposta do grupo, já que os recursos em geral estão escassos, incluindo a pouca disponibilidade de financiamento do Banco Mundial.

O plano de parceria econômica foi proposto primeiro pela China e depois pela Rússia. E terá respaldo no Novo Banco de Desenvolvimento do grupo, assim como em experiências bilaterais, como o recente anúncio de mais de US$ 50 bilhões de projetos chineses no Brasil.

Se o Brasil dá ênfase à parte econômico-financeira, o anfitrião da cúpula, o presidente russo, Vladimir Putin, quer aproveitar a cúpula para sair um pouco do isolamento que sofreu por causa da crise ucraniana.

A declaração dos líderes deverá manifestar preocupação com a situação na Ucrânia. Enfatizará que solução militar para o conflito não deve ser contemplada e pedirá para as partes agirem com moderação para não ampliarem a crise. Moscou também deve conseguir uma menção genérica contra sanções unilaterais, numa referência à retaliação imposta contra a Rússia pelos EUA e pela União Europeia.

Sobre o Irã, os países dos Brics vão saudar o possível acordo com as nações ocidentais como uma solução positiva, que permitirá levantar sanções contra Teerã e ao mesmo tempo manter controles para que o uso da energia nuclear seja para fins pacíficos.






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