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Imprensa
Liberação de crédito imobiliário bi deve cair a R$ 100 bi

A maior restrição dos bancos para liberação de operações de crédito imobiliário, em um cenário de escassez de recursos para lastrear os empréstimos, pode levar a modalidade a encerrar 2015 com um volume de operações até 11% menor em relação ao que foi desembolsado no ano passado.

Em 2014, o volume liberado com recursos da poupança foi de R$ 113 bilhões, expansão de 5,3% ante 2013. "O setor deve encerrar 2015 com desembolso entre R$ 100 bilhões ou no mesmo patamar do ano passado", afirmou o presidente da Abecip, associação que reúne empresas de crédito imobiliário, Octávio de Lazari Jr., em evento ontem.

Além de uma desaceleração da economia, o desempenho mais fraco em 2015 tem relação com a fuga de depósitos da caderneta, principal fonte para financiamento habitacional no país, e a dificuldade dos bancos de captar com instrumentos alternativos, dado o atual nível da taxa básica de juros.

Na estimativa de Lazari, a caderneta deve encerrar o ano com resgate líquido na casa de R$ 50 bilhões. Até abril, foram sacados cerca de R$ 30 bilhões. "Historicamente, o segundo semestre tem uma captação maior".

A escassez de fontes de recursos para o crédito imobiliário foi um dos fatores que levaram a uma rodada de ajustes em taxas de juros no mercado neste ano. A Caixa Econômica Federal, principal banco da modalidade, também secou a oferta de crédito para imóveis usados e para lançamentos de incorporadoras, com objetivo de preservar os recursos que lhe restam na caderneta para financiar imóveis novos.

"A Caixa tinha uma intenção de desacelerar as contratações de crédito em um gradualismo tal que poderia absorver a necessidade de crédito demandada pelos estoques das incorporadoras", afirma o consultor da vice presidência de habitação da Caixa, Fernando Magesty. "Mas a demanda é grande e o gradualismo não deve ser atendido. A frenagem da oferta de crédito será mais acentuada que o que prevíamos".

"Há um represamento grande de estoques de imóveis a ser atendido com financiamento. Por outro lado, há uma demanda para produção de novas unidades que teremos que deixar para um segundo momento", diz.

Para atenuar isso, bancos e representantes do setor de construção têm defendido algumas medidas com o governo. Entre as demandas, pedem a liberação do compulsório sobre a poupança, ideia que encontra resistência no Banco Central (BC). Hoje, 30% dos recursos da caderneta são recolhidos pelo BC em diferentes tipos de depósito, somando algo em torno de R$ 150 bilhões.

"Não seria preciso liberar todo esse compulsório. A liberação poderia ser parcial, conforme a necessidade de cada banco", disse Lazari. Ele exemplificou que uma diminuição de 5 pontos percentuais na fatia do compulsório seria suficiente para garantir um trimestre de crédito imobiliário, mantida a velocidade atual, e com taxas próximas a vigentes hoje.

Ainda que a restrição de crédito colabore para uma eventual queda nos preços dos imóveis, não há riscos para a estabilidade financeira, disse Júlio Carneiro, chefe adjunto do departamento de normas do BC.

"Não vejo o quadro negativo que alguns setores têm desenhado, de que a falta de crédito pode criar uma bolha às avessas no mercado brasileiro". Ele citou estudos do BC que apontam que mesmo com queda de 30% no preço dos imóveis, o sistema financeiro seguiria estável.




     


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