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Imprensa
Bancos veem ano fraco para empréstimo a veículos

Entre os bancos que atuam em crédito de veículos, sejam os de montadora, sejam os comerciais, prevalece a sensação de que 2014 será um ano perdido para a modalidade. Independentemente de os bancos comerciais terem diminuído o espaço de liderança dos rivais das fabricantes, ambos estão pouco dispostos a diminuir o rigor que tem prevalecido na concessão de crédito na modalidade. Com isso, cresce a possibilidade de que a carteira de crédito à modalidade encerre 2014 menor do que começou, pelo segundo ano consecutivo.

O estoque de operações de crédito de veículos encerrou junho em R$ 186,6 bilhões, acumulando uma queda de 3,23% no ano. Em 2013, o recuo acumulado no ano foi de 0,26%. A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) projetava que o estoque de empréstimos da modalidade encerrasse 2014 com estabilidade. Contudo, o presidente da Anef, Décio Carbonari, afirma que, uma vez que a previsão para a venda de veículos também foi cortada, esse cenário deve ser revisto.

A Fenabrave, que representa as concessionárias, reduziu de 2,6% para 1% sua expectativa para o crescimento das vendas de carros neste ano.

O diretor executivo e financeiro do Banco Volkswagen, Rafael Teixeira, afirma que o cenário de seletividade prevalece neste ano, ainda que uma mudança nesse sentido pudesse ajudar a melhorar as vendas. "Conceder mais crédito poderia significar para a montadora escoar a produção, mas haveria um impacto na despesa com provisão do banco", afirma.

Segundo Teixeira, o uso de taxas promocionais - em que a montadora subsidia parte do preço do crédito - ficou mais selecionado, com o banco reservando esse tipo de oferta a determinados segmentos, como os veículos utilitários ou de luxo. "Subsidiar a taxa de juros ficou mais caro neste ano", diz.

Para o diretor da área de crédito de um grande banco, com as instituições financeiras das fabricantes mais seletivas na hora de subsidiar as taxas, acaba "sobrando" para os bancos comerciais clientes com uma boa qualidade crédito que não se qualificaram para as taxas promocionais. "A taxa subsidiada acaba atraindo um perfil de cliente que nós também aceitaríamos financiar", afirma o executivo. Fora desse perfil de baixo risco de calote, porém, ele afirma que há "zero" disposição de atuar.

Mesmo que os bancos de montadoras tenham aumentado suas taxas de juros, ainda seguem cobrando menos do que a média do sistema. Dados de junho da Anef mostram que a taxa média praticada por seus associados estava em 1,41% ao mês, ante 1,27% em dezembro. Na média do sistema financeiro, os juros cobrados no crédito para aquisição de veículos pessoa física estavam em 1,74% em junho, ante 1,62% em dezembro.

"As taxas subsidiadas ajudaram a evitar uma queda mais acentuada do mercado, ainda que aumentem o custo que a montadora tem por veículo vendido", afirma Nuno Zigue, diretor do Banco PSA Finance, da Citroen e Peugeot.

Para Zigue, o crédito de veículos não deve retomar o crescimento até o fim do ano. Na visão dele, as famílias têm dado sinais que indicam que sua capacidade de pagamento tende a piorar, contribuindo para alimentar a cautela entre os bancos.

Dono da concessionária multimarcas Germânica, em Campinas, Evandro Garms relata uma queda na ordem de 30% no movimento de suas lojas. Segundo ele, o encarecimento dos juros no crédito e no preço do carro - com a obrigatoriedade de itens como o airbag - encolheu a demanda por compra de carros. O resultado é que, só neste ano, já demitiu 75 funcionários.





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