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Bancos médios testam novo depósito a prazo

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Bancos médios testam novo depósito a prazo

Por Carolina Mandl e Karin Sato | De São Paulo    08/10/2013 às 00h00

Paulo Dalla Nora, do Gerador: "DPGE é instrumento interessante de liquidez"

Até o próximo mês, os bancos médios especializados em crédito para empresas devem começar a utilizar o Depósito a Prazo com Garantia Especial 2 (DPGE) como instrumento de captação de recursos. Por enquanto, o DPGE 2 só pode ser emitido por instituições que trabalham com algumas modalidades de crédito consignado e com o financiamento de veículos.

O Valor apurou que quatro instituições já testam o uso desse título que conta com a proteção de até R$ 20 milhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para investidores. Entre as instituições em fase de testes está o Banco Gerador, que atua nas regiões Norte e Nordeste do país.

Criado em julho do ano passado, o instrumento tem um custo menor para os bancos do que a versão anterior, o chamado DPGE 1. Isso porque o novo título exige que os bancos emissores entreguem ao FGC seus ativos de crédito como garantia. Na versão anterior, o fundo não contava com nenhum tipo de garantia.

Neste mês, o Banco Gerador iniciou testes dos sistemas tecnológicos para emitir DPGE 2 garantido por operações de crédito a pequenas e médias empresas. A previsão do banco é que em novembro as emissões comecem de fato.

"É um instrumento muito interessante para dar liquidez aos bancos", afirma Paulo Dalla Nora, presidente do Gerador, instituição que já emitiu o DPGE 2 garantido por crédito consignado. O executivo diz que a demanda por esses papéis é alta. "O montante colocado na praça é sempre vendido. Recebemos o contato de muitos fundos e de outros investidores institucionais."

O banco ainda não definiu o montante que será emitido. Do lado do FGC, de acordo com Dalla Nora, a única exigência que pode limitar as emissões é que os empréstimos que servem de garantia precisam contar com alienação fiduciária de recebível ou imóvel.

Para o DPGE 2 com lastro em créditos a empresa, o FGC tem exigido empréstimos cujo vencimento seja de até 36 meses. Além disso, os contratos precisam prever amortização do principal antes do vencimento. O fundo também avalia o risco das empresas tomadoras de empréstimo na central de risco de crédito do Banco Central, atribuindo uma nota a elas.

Para o comprador, não existe diferença entre o papel garantido por crédito consignado ou por operações para empresas. Por isso Dalla Nora prevê que as características de venda devem se manter. "Atualmente, esses papéis têm prazo de até três anos e pagam entre 100% e 115% do CDI", disse. O Gerador tem uma carteira de crédito total de R$ 196,355 milhões.

Uma das razões da decisão do gerador de emitir DPGE 2 garantido por crédito corporativo é a limitação referente à garantia do crédito consignado. Além de o banco ter de respeitar o tamanho de sua carteira de crédito consignado, o FGC ainda não opera com o DPGE 2 para consignado feito a aposentados e pensionistas.

A partir de um contrato firmado com o INSS, a Dataprev, empresa de tecnologia da previdência social, está em fase final de homologação de um sistema de consulta para validar e acompanhar os contratos de crédito consignado. O objetivo, segundo a Dataprev, é "dar maior consistência às operações de compra e venda de carteiras" entre os bancos. Só a partir disso é que o DPGE deve aceitar operações de consignado do INSS.

Até o fim de agosto, as duas versões do DPGE (1 e 2) somavam um estoque de R$ 26 bilhões, segundo dados da Cetip, representando apenas 2,8% dos instrumentos de captação bancária. Desse total, só R$ 1,2 bilhão de DPGE 2.

Entre banqueiros e reguladores, o novo título é percebido como um instrumento fundamental de liquidez para bancos de médio porte. Isso porque daqui para a frente haverá uma grande concentração de vencimentos do DPGE 1. É o novo papel que deve garantir uma estabilidade de funding para esses bancos durante o vencimento do antigo DPGE.

 

 

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