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Bancos médios vão buscar no varejo reforço de captação

 

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Bancos médios vão buscar no varejo reforço de captação

Por Carolina Mandl | De São Paulo 12/09/2013 às 00h00

Manoel Felix Cintra Neto, presidente da ABBC: Investidores de varejo aceitam taxas muito mais baixas do que os fundos

Depois de quase dois anos de preparativos, os bancos médios vão colocar no ar até o fim do ano uma plataforma eletrônica para a venda de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) no varejo. O projeto, capitaneado pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), é uma tentativa dos bancos médios de melhorar as condições de captação de recursos a partir do uso da internet para alcançar as pessoas físicas. As dificuldades de funding têm levado algumas instituições a rever estratégias e até a reduzir o tamanho de suas operações.

Sem agências nas ruas para atrair pequenos poupadores, instituições financeiras de menor porte acabam hoje bastante concentradas nos investidores institucionais. "O varejo aceita taxas muito mais baixas do que os fundos, por exemplo", diz Manoel Felix Cintra Neto, presidente da ABBC e presidente do conselho de administração do BI&P (o banco Indusval).

Cerca de 80 bancos e financeiras associados à ABBC vão colocar em uma espécie de site os produtos de renda fixa que têm a oferecer para o varejo, mostrando suas taxas e prazos, em uma plataforma desenvolvida com a Cetip. São papéis como CDBs, letras financeiras e letras de crédito imobiliário e do agronegócio. A venda dos títulos será direcionada às corretoras, que, em seguida, farão a distribuição dos papéis para os investidores de varejo.

O grande chamariz dessa nova ferramenta de captação dos bancos médios é a garantia dada aos investidores de até R$ 250 mil por CPF, por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações em títulos como os CDBs. É na divulgação dessa garantia para o público que a ABBC investirá, segundo Cintra Neto.

Em uma iniciativa orquestrada com o Banco Central, em abril deste ano, o FGC ampliou essa garantia, que era de R$ 70 mil. O principal objetivo da medida é tentar melhorar o funding dos bancos médios. Pessoas físicas podem se sentir mais confortáveis ao saber que, em caso de problema com o banco, podem receber até R$ 250 mil do fundo.

Não é de hoje que a captação de instituições de médio porte está difícil. Em 2009, a criação do Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), que conta com o aval de até R$ 20 milhões do FGC, deixou evidente que bancos médios teriam problemas de funding em meio à crise econômica mundial.

Depois, outros fatores acabaram se somando à turbulência internacional. A descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões no Pan (antigo PanAmericano) reduziu bastante uma importante fonte de captação, que é a venda de carteiras de crédito para outras instituições. Depois do PanAmericano, as quebras dos bancos Cruzeiro do Sul, BVA e Rural também respingaram nos demais bancos médios.

É por causa de problemas como esses que, criado para uma situação emergencial, o DPGE se transformou em maio deste ano em um instrumento permanente de captação dos bancos médios, sem prazo para acabar. A ideia inicial era que o instrumento só durasse até 2015.

Cientes das condições mais restritivas para captação, uma série de bancos médios reviu sua estratégia recentemente. O BMG, maior banco de crédito consignado do país, se aliou ao Itaú Unibanco, tendo acesso a uma linha de funding de R$ 300 milhões ao mês.

Em diversos outros casos, a escolha foi por reduzir as operações do banco. Em recente entrevista ao Valor, Antonio Francisco de Lima Neto, presidente do banco Fibra, da família Steinbruch, admitiu essa revisão de estratégia, acabando com a área de varejo do banco. "A equação de alavancagem mudou", disse ele.

Dadas as dificuldades de funding, o banco Bonsucesso, especializado em crédito consignado, quer deixar de depender tanto das operações de empréstimo, voltando-se mais às soluções de pagamento, como cartão pré-pago. O banco também fechou recentemente algumas parcerias com o Bradesco, para transformar alguns dos seus pontos-de-venda em correspondente bancário do segundo maior banco privado do país.

Depois desse rearranjo do mercado, a expectativa é que os bancos consigam aos poucos substituir as linhas de DPGE pela captação mais pulverizada de papéis como CDB ou letras, melhorando suas taxas de captação.

 

 

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