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Decisão do BC pode causar demissão de 35 mil pastinhas

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Decisão do BC pode causar demissão de 35 mil pastinhas

Ana Paula Ribeiro   (aribeiro@brasileconomico.com.br)
02/12/11 11:07


Luis Carlos Bento, presidente da Aneps:

Luis Carlos Bento, presidente da Aneps: "Em uma canetada só o Banco Central vai causar a demissão do equivalente a três montadoras"

 Resolução proíbe promotores de crédito terceirizados de atuarem em bancos vendendo empréstimo consignado.

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de proibir, a partir do dia 2 de janeiro, a presença de correspondentes bancários dentro das dependências de instituições financeiras pode gerar a demissão de 35 mil pessoas, segundo a Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes (Aneps).

"Em uma canetada só o Banco Central vai causar a demissão do equivalente a três montadoras", afirma o presidente da Aneps, Luis Carlos Bento, sobre a resolução divulgada na quarta-feira.

Atualmente, os bancos contratam prestadoras de serviços para fazer, dentro de agências e postos de atendimento, a oferta de crédito consignado. Os promotores especializados nesse serviço, também chamados de "pastinhas", são funcionários dessas promotoras e ganham comissão por operação concluída.

O executivo de um grande banco contou ao Brasil Econômico que a "terceirização" acontece porque essa é uma modalidade de empréstimo com menor remuneração para o banco.

No caso do consignado para os beneficiários do INSS, os principais contratantes desse crédito, o Ministério da Previdência limita a taxa de juros que pode ser cobrada. Com "pastinhas" para cuidar desse público, o que inclui checagem de limites disponíveis e cadastro, a força de vendas da instituição pode concentrar seus esforços na venda de outros produtos.

Bento afirmou que estranhou a decisão, uma vez que o governo tem demonstrado preocupação com a manutenção do nível de emprego no país. De acordo com ele, as promotoras de vendas não terão condições de alocar esses funcionários em outros estabelecimentos em que atuem como correspondentes bancários.

Além disso, acredita que os bancos não terão interesse em aproveitar essa mão de obra. "É um perfil que não interessa aos bancos. A maior parte com mais de 40 anos e aposentados", lamenta o dirigente.

Além das demissões, a Aneps alega que a maior parte das promotoras contratadas pelos bancos não terá condições de pagar a verba rescisória. Outra consequência será a queda na concessão desses empréstimos, uma vez que os bancos não terão capacidade de absorver toda a demanda no curto prazo.

A Aneps, que representa 140 promotoras de crédito no país que são responsáveis por cerca de 85% das operações de consignado, marcou uma audiência com o BC para o próximo dia 13.

"Ainda esperamos poder contar com um mínimo de sensibilidade social por parte do BC", diz Bento. Procurado, a autoridade monetário afirmou, em nota, que "a norma aprovada pelo CMN busca preservar a concessão de crédito em bases seguras, prudentes e sustentáveis".

A associação estuda entrar com ações na Justiça para tentar reverter a decisão do CMN.

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