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Sofisa volta ao varejo com banco on-line

 

 

Sofisa volta ao varejo com banco on-line

Aline Lima | De São Paulo   Valor Econômico - SP03/06/2011

Swioklo: embora o projeto possa pulverizar as fontes de captação a custos menores, objetivo é ter um novo negócio

Quando se pensava que o Sofisa, especializado na oferta de crédito para médias empresas, havia desistido de operar no varejo após a venda da promotora Sofcred para o Fibra, em março de 2010, eis que o banco volta ao segmento e, dessa vez, com uma aposta ainda mais ousada: a criação de um banco on-line voltado ao atendimento a pessoas físicas.

Batizado de Sofisa Direto, o banco vai oferecer, inicialmente, investimentos em CDBs (do Sofisa, claro) para, mais à frente, ofertar crédito pela internet.

O projeto, guardado a sete chaves ao longo de um ano e oito meses, será anunciado com alarde neste fim de semana, com campanha publicitária em rádio, mídia impressa, internet e TV, inclusive nos intervalos do Fantástico, no domingo. Estreladas pelo ator Da n Stulbach, as propagandas devem perdurar ao longo dos próximos cinco meses e vão consumir a maior parte do investimento feito no Sofisa Direto, mais até do que a contratação de 40 funcionários - mas o valor, considerado estratégico, não foi revelado. Para se ter uma leve ideia do valor, uma inserção de 30 segundos no intervalo do Fantástico custa R$ 380 mil.

O sigilo em torno do projeto do Sofisa era tamanho que, uma semana atrás, nem mesmo diretores do banco sabiam de sua existência. No mercado brasileiro, porém, a iniciativa não é exatamente nova. Nos anos 1990, em pleno "boom" da internet, o Unibanco fez um ensaio com o Banco Um.Net e o site de finanças Patagon, comprado pelo Santander em 2000, tentou trilhar o mesmo caminho, mas não conseguiram ir muito longe.

Bazili Swioklo, executivo contratado para tocar o Sofisa Direto, evita falar de experiências anteriores, até porque trabalhou no Patagon. "O cenário hoje é outro e não esperamos retorno para amanhã", di z. O retorno do investimento é esperado para logo após dois anos de operação, quando as contas deverão ter atingido o equilíbrio. O banco espera que o grosso das receitas venha com o crédito.

Num momento em que grandes bancos de varejo investem na expansão de rede de agências, apostar num modelo de banco com atendimento exclusivamente on-line não deixa de ser um risco. Segundo Swioklo, o grande apelo do Sofisa Direto junto ao cliente será preço. "A internet já levou vantagens financeiras para as pessoas em diversos segmentos, mas no bancário o único ganho do cliente é em comodidade", argumenta.

A ideia é que o cliente com R$ 1 para investir ou R$ 100 mil tenha a mesma rentabilidade. A taxa vai variar pelo tipo do CDB, de acordo com prazo e modalidade (prefixado, pós-fixado, indexado a IPCA). A remuneração parte de 100% do CDI para aplicações com liquidez diária, podendo chegar a 110% para papéis com prazo de três anos.

Aos poucos, a carteira de produtos do ban co on-line do Sofisa será ampliada. De início, serão ofertados apenas CDBs. O investidor precisará abrir uma conta no Sofisa Direto e os depósitos serão feitos a partir de uma conta corrente de mesma titularidade em outro banco. Ainda no segundo semestre, passarão a ser oferecidos empréstimos, mas as linhas são mantidas em segredo.

"Crédito consignado e financiamento de veículos são pouco viáveis de serem oferecidos pela internet", diz Ricardo Simone Pereira, diretor financeiro e de relações com investidores do Sofisa, em referência às linhas operadas pelo banco há pouco mais de um ano por meio da Sofcred. O apelo dos empréstimos, segundo Simone, será o mesmo dos CDBs - taxas competitivas -, só que, nesse caso, inferiores à média de mercado. O projeto prevê ainda cartão para movimentação de conta e até pagamento de boleto.

O Sofisa vem tentando ajustar o foco de sua atuação desde que enveredou pelo varejo após a abertura de capital, em 2007. No fim de 2010, quando já havia vendido a Sofcred, passou a concentrar as concessões de financiamentos para empresas em tíquetes baixos, em torno de R$ 3 milhões. "Nunca deixamos de olhar para o varejo, tanto que o projeto já existia quando a Sofcred foi vendida", diz Pereira.

Embora o projeto do banco on-line possibilite a pulverização das fontes de captação de recursos do Sofisa a taxas mais baratas - a expectativa é que o custo de captação caia de 2% a 3% do CDI -, o diretor Swioklo ressalta que o objetivo principal é ter um novo negócio.

O Sofisa encerrou o primeiro trimestre do ano com R$ 1,4 bilhão em caixa. "Estamos confortáveis."

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