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IOF deixa crédito mais "pesado"

 

 

IOF deixa crédito mais "pesado"

JULIANA CAVALCANTI 

Diário de Pernambuco - PE



Recife, segunda-feira, 18 de abril de 2011

Com o Imposto sobre Operações Financeiras a 3% ao ano, é preciso evitar "tentações" como o cheque especial

Desde a última semana, o Ministério da Fazenda determinou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que passou de 1,5% para 3% ao ano. Na prática, todas as operações de crédito (empréstimos e financiamentos), incluindo cheque especial, CDC, operações de câmbio, entre outras, serão taxadas em 0,38% na contratação, mais 0,0082% ao dia. A medida se junta ao aumento do mesmo tributo para operações de crédito no exterior, de 2,38% para 6,38% – incluindo as compras feitas pela internet.

Se fugir do IOF não é possível, planejar o orçamento e evitar o endividamento ajuda a se pagar menos imposto. Quem usa o cheque especial ou deixa de pagar a fatura total do cartão de crédito, por exemplo, faz parte do grupo mais penalizado com o IOF – além de pagar os juros incluídos em cada operação. “As pessoas não pensam no imposto porque estão acostumadas a pensar em prestações. Se a prestação cabe no orçamento e a pessoa acha que precisa daquele item, a compra é realizada”, lembra o consultor financeiro João Carlos Leitão.

Por esse motivo, ele acha pouco provável que o aumento do IOF interfira diretamente no consumo da população, como deseja o governo, mas alerta os consumidores em relação aos empréstimos de longo prazo, incluindo financiamento de veículos e empréstimos consignados.

“Numa prestação ao longo de um ano, o IOF pode não fazer diferença para quem pensa no valor das prestações. Mas em oito anos, o percentual vai pesar. A venda de veículos, por exemplo, é o tipo de mercado que trabalha com prestação e onde os impostos fazem mais diferença. É importante pesquisar as taxas bancárias antes de tomar empréstimos, em busca das melhores condições”, aconselha o consultor.

Para quem costuma renov ar os financiamentos bancários, a atenção precisa ser redobrada – uma vez que a cada renovação incide uma nova taxação de IOF. Se a pessoa fez um empréstimo de R$ 50 mil para pagar em 60 meses e quando completa um ano precisa pegar mais R$ 10 mil, normalmente os bancos e financeiras oferecem a quitação do empréstimo e o financiamento do valor total de novo, quando na verdade o ideal seria pegar apenas a diferença de R$ 10 mil, para não pagar os impostos sobre o valor total novamente.

Outro exemplo de economia pode ser feito se a tomada de crédito for realizada para reformar ou construir. Os financiamentos habitacionais são isentos de IOF. No caso de reformas, existe um tipo de linha de crédito para materiais de construção, também isenta. “Em vez de pegar um empréstimo qualquer, como um CDC, é possível recorrer a um direcionado para material de construção e assim se livrar do imposto. É importante pesquisar os bancos que oferecem essa possibilidade”, aconselha Leitão.

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O que é o IOF?
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é cobrado de todas as operações de crédito incluídas na lista os empréstimos e financiamentos, operações de câmbio, cheque especial, títulos e valores mobiliários. Os percentuais que incidem sobre cada operação são variáveis.

O que muda?
O Ministério da Fazenda dobrou a alíquota do IOF, que passou de 1,5% para 3% ao ano. O novo percentual está valendo desde o dia 9 de abril e, segundo o ministro Guido Mantega, deve ajudar a diminuir a oferta de crédito na economia.

Todas as operações de empréstimos e financiamentos serão taxadas em 0,38%, na contratação (taxa única), mais 0,0082% ao dia (ou 3% ao ano). Assim, quanto maior o prazo do financiamento, maior o valor do imposto cobrado.

No caso das compras com cartão de crédito no exterior, a partir do próximo dia 27, o IOF passará de 2,38% para 6,38%, inclusive para compras através da internet. Neste caso, o govern o espera compensar a perda de arrecadação gerada pela correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Como fugir da cobrança do tributo?
Independentemente da alíquota, uma das formas de driblar o imposto é quitar os débitos com o cartão de crédito em dia. Pagar o valor mínimo e refinanciar o restante significa pagar mais juros e imposto;

Evitar entrar no cheque especial é outra dica. No primeiro dia, o empréstimo será taxado em 0,38%; cada dia subsequente será acrescido de 0,0082%.

Financiamentos de longo prazo, como a compra de um veículo, são mais afetados pelo aumento do imposto. Planejar e economizar para reduzir o número de prestações é uma saída para pagar menos juros e menos IOF.

Se você vai reformar a casa, saiba que existe uma modalidade de crédito para material de construção que é isenta de IOF - diferentemente do CDC, por exemplo. Pesquise os bancos que oferecem este produto e compare as taxas antes de contratar o empréstimo.

* Fontes: Ministério da Fazenda (
www.fazenda.gov.br) e os consultores financeiros Roberto Ferreira e João Carlos Sá Leitão.

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