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Setor bancário deve passar por consolidação

 

  

 

Setor bancário deve passar por consolidação

DCI - SP

 

São Paulo - O setor bancário aguarda nesta semana o anúncio da compra dos bancos Schahin e Morada pelo BMG. Segundo especialistas, o negócio significa uma consolidação do setor de bancos pequenos e médios, justificada pela falta de capitalização e confiança financeira, além da exigência de maior patrimônio com o Acordo Basileia III e regulamentação de negócios de cessão de crédito.

O valor não foi informado pelos bancos que, por meio da assessoria de imprensa, disseram que não se pronunciariam De acordo com a coluna Direto da Fonte, o Fundo Garantidor de Crédito - criado para proteger o correntista do sistema financeiro - incluirá no negócio financiamento de R$ 700 milhões.

Muitos bancos pequenos e médios enfrentam problemas desde a crise econômica mundial, em 2008, inclusive o Schahin, segundo o professor de finanças e administração da ESPM, Adriano Gomes. "Desde o problema do PanAmericano, os bancos começaram a bater em retirada, porque ficou claro que não tinham contabilidade organizada e finanças confiáveis". O patrimônio líquido do Schahin em 31 de dezembro estava em R$ 229 milhões .

Para o analista de bancos da agência classificadora de risco Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, o sistema bancário enfrentará desafios a curto e longo prazo, que exigirão dos bancos maior capitalização de recursos. "A longo prazo, o Brasil, assim como o resto do mundo, precisará se adequar as regras do Acordo de Basileia III". As mudanças da Basileia III foram definidas em setembro de 2010 e trarão novas exigências de capitalização para os bancos, ao obrigá-los a manter mais capital como garantia para empréstimos e investimentos. Os bancos vão precisar manter capital de pelo menos 4,5%. No Brasil, o índice mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%.

Em 2010, o banco Schahin apresentou problemas ao manter a exigência mínima de 11% do BC e alcançou 10,97% do índice de Basileia. Para o analis ta da Austin Rating, a compra pelo BMG pode estar associada ao desafio de aumento de capital do banco.

Outro desafio das instituições financeiras de menor porte é a substituição do negócio conhecido como cessão de crédito, que consiste em vender para outros bancos as carteiras de crédito que formam com o objetivo de se capitalizar. Luiz Miguel, da Austin Rating, disse que a partir de janeiro de 2012 entra em vigor a resolução 4533 que regulamenta as vendas de crédito. "Antes, (os bancos) tinham a possibilidade de vender o crédito para aumentar a capitalização. A partir de 2012, não terão como antecipar os ganhos".

O rombo do banco PanAmericano também alertou sobre o problema da cessão de crédito, já que parte do rombo aconteceu na contabilização incorreta de carteiras de crédito vendidas para outros bancos. Por esse motivo, o mercado passou a ser mais seletivo e, consequentemente, os bancos perderam o modelo de negócio para se capitalizar. "Esse mercado de pequenos e médios bancos tende a se consolidar ainda em 2011, com outros negócios a acontecer. Mas o Banco Central deve vir com um respaldo para as operações para que nenhum banco quebre", pontuou o professor Adriano Gomes.

No que se refere às vantagens para o banco BMG, Gomes acredita no aumento de capilaridade e início das operações em São Paulo com a compra do Schahin, já que sua maior rede está em Minas Gerais. Especializado em crédito consignado, o BMG registrou em 2010 lucro líquido de R$ 605,7 milhões, com crescimento de 16% em relação ao ano anterior que ficou em R$ 522,3 milhões. O índice de Basileia em 31 de dezembro estava em 14,49%.

Além da possível aquisição dos bancos Schahin e Morada, o BMG comprou em 2010 a GE Money no Brasil, que engloba o banco GE Capital S/A e a promotora de vendas e prestadora de serviços GE Promoções.

Marcelle Gutierrez

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