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Medida do governo para conter câmbio deve afetar crédito ao consumidor

 

 

Medida do governo para conter câmbio deve afetar crédito ao consumidor

Por: Flávia Furlan Nunes
06/04/11 InfoMoney

SÃO PAULO – A medida anunciada pelo governo nesta quarta-feira (6) para conter a valorização do real frente ao dólar deve afetar o crédito ao consumidor.

Conforme explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em coletiva de imprensa que aconteceu nesta tarde, o governo ampliará, já a partir de amanhã, a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6% para a tomada de crédito no exterior por parte de bancos e empresas brasileiras quando o prazo de pagamento for inferior a dois anos.

“Queremos atingir principalmente quem faz arbitragem. Diminuir a oferta de crédito que entra na economia brasileira por esse canal. Hoje, o problema é que existe muito crédito lá fora, está sobrando liquidez”, afirmou o ministro.

Crédito
De acordo com o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, a medida afeta o crédito à pessoa física porque os bancos captam recursos lá fora para emprestar aqui dentro. Com os recursos mais caros vindos de lá, eles tendem a repassar isso aos clientes.

“A princípio afeta tudo, mas mais o crédito de veículos e de automóveis”, explicou ele, dizendo que estas modalidades têm prazo mais longo, característica daquele tomado lá fora.

Apesar de acreditar que a medida afete os clientes pessoas físicas, Oliveira afirmou que é preciso esperar para ver os reais impactos dela, uma vez que muitos bancos brasileiros são bem capitalizados e não dependem tanto do capital externo.

A restrição do crédito à pessoa física desta forma não deve impactar, de acordo com ele, a inadimplência. “A princípio, a inadimplência está em queda e essa medida, por si só, não provoca inadimplência”.

Objetivo principal
Para o professor de economia do Ibmec, Gilberto Braga, a medida deve ter pouco impacto no crédito à pessoa física. “Essa medida é mais voltada para o movimento do câmbio do que para a disponibilidade interna”.

Em relação à taxa de juro e à inadimplência, ele afirmou que a medida também terá pouco efeito. “A questão das taxas de juros está muito mais ligada no movimento interno do que externo. É obvio que há alguma ligação, mas nada a ponto de influenciar nas taxas”, disse ele.

A medida sozinha, de acordo com ele, também não chega a ser significativa a ponto de mexer na apreciação do real frente ao dólar. “A expectativa do mercado foi um pouco frustrada porque ele esperava um conjunto de medidas mais duras para conter essa valorização”.

Colaborou Diego Lazzaris

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