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Varejista faz parceria com a financeira Losango, do banco HSBC, que aportou cerca de R$ 500 milhões na nova empresa
05 de fevereiro de 2011Melina Costa - O Estado de S.Paulo
A Máquina de Vendas, segunda maior rede varejista do País, criou uma nova empresa com a ajuda da financeira Losango, pertencente ao banco HSBC. A companhia, ainda sem nome, prestará serviços financeiros: vai oferecer cartões de crédito híbridos (que podem ser usados tanto dentro da rede Máquina de Vendas como no comércio em geral), crédito direto ao consumidor e empréstimo pessoal.
A expectativa é que a empresa gere uma receita de R$ 2 bilhões em seu primeiro ano de operação. Segundo o Estado apurou, o HSBC aportou cerca de R$ 500 milhões no negócio.
A negociação, que foi encerrada no início da semana em Salvador, durou oito meses. Outros bancos disputavam a parceria, como o Bradesco e o Itaú. O que pesou a favor do HSB C foi o longo relacionamento com cada uma das empresas que formaram a rede varejista. A Losango já fornecia crédito para os clientes da Insinuante desde a década de 70. A financeira também já prestava serviços para a mineira Ricardo Eletro e a City Lar, de Mato Grosso.
Modelo de negócios. A lógica do acordo está em juntar a presença física da Máquina de Vendas, com suas 750 lojas em todo o País, e a expertise financeira da Losango, que terá equipes dedicadas a atender especificamente rede a varejista.
O banco de informações sobre os clientes da Máquina de Vendas será usado pela nova empresa para aprimorar a análise de crédito dos clientes. "Podemos ter um score de crédito específico por região ou até por loja", diz Luiz Carlos Batista, presidente do Conselho de Administração da Máquina de Vendas.
"Com esse negócio, apostamos no crescimento do consumo no País e da Máquina de Vendas", diz Hilgo Gonçalves, presidente da Losango.
A nova empresa de serviços financeiros vai criar um cartão de crédito único para as três marcas da Máquina de Vendas e também vai oferecer crédito direto ao consumidor para usuários dos sites da varejista na internet. Além da oferta de crédito, a empresa vai cuidar da cobrança de devedores.
Inicialmente, a nova companhia estará voltada para os clientes da varejista. No futuro, porém, poderá oferecer crédito para pequenos lojistas.
A nova empresa terá uma diretoria própria e estará sob os cuidados de um conselho, formado por três diretores da Máquina de Vendas e três da Losango, que se reunirá uma vez por mês para fazer avaliações de desempenho. Os resultados da companhia serão divididos meio a meio entre a varejista e o banco.
O acordo firmado tem validade de 18 anos. Em outra frente, ficou e estabelecido que o HSBC passará a oferecer capital de giro e empréstimos para a Máquina de Vendas.
Ao criar uma nova empresa, a Máquina de Vendas também está se preparando para sua aber tura de capital, que ainda não tem data para acontecer. Com uma empresa dedicada ao varejo e outra ao gerenciamento de crédito, o grupo acaba se valorizando aos olhos dos acionistas.
PARA LEMBRAR
As redes varejistas Insinuante, da Bahia, e Ricardo Eletro, de Minas Gerais, anunciaram a fusão de suas operações em março do ano passado, criando a Máquina de Vendas. A empresa nasceu com um faturamento de R$ 5 bilhões e 528 lojas, tornando-se a segunda maior do País, atrás apenas da Casas Bahia.
A meta dos controladores, à época, era dobrar de tamanho em quatro anos. Em junho, em mais um processo de consolidação, a rede City Lar, de Mato Grosso, se uniu à Máquina de Vendas, agregando mais R$ 1,1 bilhão ao faturamento do grupo e outras cerca de 100 lojas. Após esses acordos, a companhia passou a ter presença em 23 Estados e no Distrito Federal.
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