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Banco Postal desperta apetite dos 'bancões'

 

 

Banco Postal desperta apetite dos ''bancões''

Analista calcula que contrato deve ficar pelo menos duas vezes acima dos R$ 200 milhões pagos em 2001
7 de fevereiro de 2011/Edna Simão e Karla Mendes / O Estado de S.Paulo

O leilão do banco postal deve agitar o mercado neste ano e ajudar os Correios a melhorar a rentabilidade paga pelo Bradesco pela prestação de serviços. A expectativa do presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), Wagner Pinheiro, é deixar a licitação pronta até junho, pois o contrato com o Bradesco termina em 31 de dezembro.

Em análise preliminar, o analista de bancos da consultoria Lopes Filho&Associados, João Augusto Salles, calcula que o valor do Banco Postal deve ficar, pelo menos, duas vezes acima dos R$ 200 milhões pagos em 2001. O uso exclusivo de mais de seis mil agências do Banco Postal, distribuídas em todos os municípios brasileiros, é um dos principais pontos para atrair o interesse de instituições financeiras.

Instituições como Santander, Itaú, HSBC e Banco do Brasil estão vendo no público de menor renda uma forma de alavancar os negócios no País. Mas tudo vai depender, no entanto, das exigências que serão colocadas no edital e de quanto o Bradesco vai aceitar pagar pelo negócio.

Atualmente, a exclusividade de uso do Banco Postal está nas mãos do Bradesco, que pagou R$ 200 milhões em 2001 pelo serviço. Além disso, a instituição financeira ainda desembolsa algo em torno de R$ 340 milhões ao ano pela participação dos Correios na quantidade de transações realizadas nas agências do banco postal.

A valorização do Banco Postal, que pode ficar pelo menos duas vezes acima do que foi pago há 10 anos, se deve ao fato de que os bancos não têm mais como crescer adquirindo ou se fundindo a outras instituições. Além do mais, ele se tornou um instrumento importante para a bancarização da população mais carente.

Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econ ômica Aplicada (Ipea) mostra que 39,5% dos brasileiros não têm conta bancária. Em 2002, quando o Bradesco começou a atuar no negócio, existiam 2.500 agências e em 2009 esse número atingiu 6.194. No caso das transações, eram R$ 13,4 milhões em 2002 e, segundo dados estimados para 2008, esse montante chegaria a R$ 665,7 milhões. Em dezembro do ano passado, o Bradesco ainda comemorou a abertura de 10 milhões de contas em Banco Postal. O Bradesco preferiu não comentar sobre o leilão do Banco Postal.

Dúvidas. Apesar de ser visto como um bom negócio, analistas de mercado ainda têm dúvidas sobre se o leilão será disputado ou não. Isso porque, o Bradesco vai jogar pesado para manter o negócio, o que pode inflar os preços. Além disso, pode custar caro para outro banco implementar todo o sistema para abertura de contas no banco postal.

Hoje esse conhecimento é todo do Bradesco, que poderá usar isso na negociação de preço. Para o analista de bancos da Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, o Banco Postal é um canal de distribuição interessante. Ele é importante para a instituição financeira conhecer a economia local e mapear locais onde seria lucrativo abrir postos avançados de atendimento.

Se, para as instituições financeiras, o Banco Postal é um bom negócio, para os Correios também. O custo que a estatal tem para levar a seus cofres uma receita de R$ 300 milhões por ano é de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, no máximo. "O Bradesco ganha, com certeza, mais de R$ 1 bilhão por ano, a custo praticamente zero", disse uma fonte.

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