Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Imprensa
PanAmericano: negociação de madrugada

 

 

PanAmericano: negociação de madrugada

 

Silvio Santos resistia em abrir mão de empresas para fechar acordo com BTG Pactual

Karina Lignelli O Globo - RJ

SÃO PAULO. Continuava indefinida até o início da madrugada de hoje a situação do banco PanAmericano. Representantes do BTG Pactual passaram o fim de semana em negociação com o empresário Silvio Santos para tentar fechar a compra da instituição. Bradesco, Santander e Safra também manifestaram interesse no negócio, mas não teriam apresentado uma proposta.

De acordo com analistas, a venda do PanAmericano seria a única alternativa para evitar a sua quebra, depois da revelação de um rombo contábil de R$4 bilhões — R$1,5 bilhão a mais do que o valor emprestado em novembro pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC, entidade privada, criada pelos próprios bancos em 1995, para garantir parte dos depósitos dos clientes do sistema financeiro em caso de quebra de uma instituição).

Executivos que acompanham as convers as afirmaram que Silvio Santos aceitou discutir a proposta apresentada na quinta-feira passada pelo BTG, banco de investimento liderado por André Esteves. Mas segundo eles, depois de dois dias inteiros de negociações ainda faltavam “alguns acertos” para a conclusão de um eventual acordo — cujo anúncio poderia acontecer só hoje.

Fundo Garantidor de Crédito poderá fazer novo socorro

A maior dificuldade seria montar uma estrutura financeira para cobrir o rombo de R$4 bilhões, já que Silvio Santos não teria aceitado abrir mão de outras empresas para cobrir o prejuízo. Ainda estava sendo discutida a possibilidade de novo empréstimo por parte do FGC.

Participa também das conversas a Caixa Econômica Federal, que em setembro de 2009 anunciou a compra de uma participação equivalente hoje a 36,56% do capital total do Panamericano. A participação acionária da Caixa, apontam os analistas, seria uma garantia de que o governo federal não deixaria o PanAmericano quebrar.

O PanAmericano é especializado em financiamento de automóveis e empréstimos consignados (com débito em folha), com forte atuação junto às classes C e D. De acordo com o balanço de junho, teve prejuízo de R$11,497 milhões no segundo trimestre e viu sua rentabilidade cair de 11,5%, no primeiro trimestre do ano, para - 5,1% no trimestre seguinte. À época, o resultado foi atribuído pela diretoria a mudanças nos critérios de provisão para devedores duvidosos. A expectativa é que o balanço até setembro seja divulgado até amanhã.

As irregularidades foram descobertas no ano passado por técnicos do Banco Central e são atribuídas à antiga diretoria (supostamente, sem o conhecimento de Silvio Santos). Entre elas, está a contabilização no balanço de carteiras de créditos já vendidas a outros bancos.

Para obter o financiamento inicial de R$2,5 bilhões do FGC, o empresário teve de apresentar como garantia mais quatro empresas, além do próprio PanAmericano: Baú Financeira, Lider ança Capitalização, Jequiti (da área de cosméticos) e SBT, avaliados em R$2,7 bilhões.

Em resposta à consulta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre um possível rombo de R$4 bilhões, o diretor de Relações com Investidores do banco, Celso Zanin, informou semana passada que a atual administração não havia “identificado de forma definitiva o valor das inconsistências contábeis constadas anteriormente”.

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies