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BANCO DO BRASIL ASSUME OS CORRESPONDENTES DO LEMON

 

 BANCO DO BRASIL ASSUME OS CORRESPONDENTES DO LEMON

 jornal Valor Econômico 16/07/2009 - Fernando Travaglini

 

O Banco do Brasil assinou ontem parceria para assumir toda a rede de correspondentes bancários do Lemon Bank. Com a operação, a instituição estatal vai agregar 6,5 mil novos pontos aos 10 mil já existentes, se aproximando dos líderes nesse setor, Bradesco, com 23 mil, e Caixa Econômica Federal, com 20 mil, de acordo com dados do Banco Central.

Segundo o gerente-executivo do Banco do Brasil, Frederico Queiroz Filho, a operação não é uma compra, já que não houve troca de ativos. Na prática, todos os contratos de prestação de serviço dos correspondentes bancários feitos pelo Lemon serão transferidos para o BB e o banco estatal passará a administrar esses pontos. Já o Lemon, com o acordo, receberá uma receita, pelos próximos cinco anos, proporcional à performance dos correspondentes bancários.

A estratégia do Banco do Brasil é ampliar a atuação nas classes de renda D e E, que o executivo chama de "mercado emergente". A internalização das operações do BB Banco Popular, anunciada em maio no ano passado, já havia sido um passo nessa direção, agregando cerca de 4 mil correspondentes bancários à rede do banco estatal. A Nossa Caixa, comprada recentemente, também tem cerca de 1 mil correspondentes no Estado de São Paulo, outra região foco para o BB. "O banco vem ampliando a atuação nessas classes, com renda entre dois e três salários mínimos, e o correspondente é o canal preferido dessa população", afirma Queiroz.

Os correspondentes bancários, em geral, ficam em estabelecimentos comerciais de pequeno porte, como farmácias, supermercados e lojas de conveniência. Além de estar fisicamente mais próximo dessa população, o relacionamento entre os funcionários e os clientes é muito mais direto. "Há uma maior facilidade de comunicação", disse.

Com a investida, a ideia do BB é lançar nos próximos meses uma marca única, no estilo "Caixa Aqui", da CEF, para criar uma identidade própria e ampliar a força nesse nicho. O novo nome tentará incluir conceitos como simplicidade e proximidade.

Além disso, o Banco do Brasil pretende padronizar e ampliar o escopo de atuação dos correspondentes, que hoje realizam basicamente o pagamento de contas, para agregar novos serviços. Entre eles estão o pagamento de benefícios do INSS, a concessão de consignado e a movimentação de pequenos valores das contas correntes dos clientes.

O BB também vai investir no relacionamento com esses estabelecimentos, em geral micro e pequenas empresas, por meio de um programa de fidelidade. Com o passar dos anos, os varejista acumulam pontos para redução de tarifas proporcional à movimentação. "A competição nesse nicho está muito grande, com disputa pelos estabelecimentos", justifica Queiroz.

Já o Lemon Bank vai se dedicar ao segmento de pequenas e médias empresas, conhecido como "middle market". O banco atua nesse segmento há cerca de três anos, por meio da concessão de crédito e da estruturação de operações de emissão de cédulas de crédito bancário (CCB).

"Nossa expectativa é de atingir R$ 200 milhões nesse ano, superior aos R$ 180 milhões do ano passado", disse Michael Esrubilsky, presidente da instituição. O Lemon atingiu R$ 250 milhões em 2007 nesse nicho de mercado.

O Lemon vai sair totalmente do setor de pessoas físicas, mas, segundo Esrubilsky, por enquanto não está programada uma mudança na identidade visual da instituição, cujas características são mais próximas do varejo.

No começo do ano passado, o Valor noticiou que o Lemon procurava um sócio estratégico. O banco chegou a contratar, no fim de 2007, o UBS Pactual para encontrar um investidor disposto a comprar uma participação minoritária, de cerca de 30% do seu capital. Segundo o Valor apurou à época, o UBS teria encontrado três investidores dispostos a entrar no banco, mas nenhum acordo foi fechado.

 O Lemon foi criado em 2002, por executivos vindos do site Patagon, que oferecia fundos para aplicações pela internet e outras informações financeiras. Em março deste ano, os ativos do banco somavam R$ 221 milhões e o patrimônio líquido era de R$ 40 milhões, de acordo com informações colhidas no site do Banco Central.

 

 

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