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BRADESCO NEGOCIA COMPRA DO BANCO IBI, DA REDE C&A

 

BRADESCO NEGOCIA COMPRA DO BANCO IBI, DA REDE C&A

               jornal Valor Econômico 04/06/2009 - Vanessa Adachi

Estão adiantadas negociações para que o o Bradesco adquira o Banco ibi, da rede de varejo C&A. Executivos dos dois bancos passaram o dia reunidos, ontem para tentar fechar a operação, segundo apurou o Valor, mas ainda há muitas pendências para que se chegue a um acerto final. Caso as dificuldades sejam superadas, o negócio pode ser anunciado nos próximos dias. Esse é o primeiro movimento de aquisição do banco da Cidade de Deus desde que perdeu a liderança entre os bancos privados com a compra do Unibanco pelo Itaú, no ano passado. Para analistas, o ibi pode valer entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.

 Com um patrimônio líquido de R$ 860 milhões em dezembro, o ibi tem uma carteira de 23,4 milhões de clientes, principalmente detentores de cartões da rede C&A. Ao adquiri-lo, portanto, o Bradesco praticamente dobraria a sua base de cartões, que tem cerca de 20 milhões de plásticos emitidos. O ibi é o líder do ranking de cartões de redes varejistas, seguido de Riachuelo e Lojas Renner. Quando se olha o ranking de cartões como um todo (incluindo os chamados "private label", de lojas), o ibi aparece em quarto lugar, atrás de Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco.

A compra do ibi não colocaria o Bradesco à frente do Itaú Unibanco, que tem mais de 33 milhões de cartões de crédito e outros 23 milhões de cartões em parceria com lojas de varejo, como Hipercard, Ponto Frio e Magazine Luiza. Mas o banco da Cidade de Deus pode passar à frente do Banco do Brasil, que tem cerca de 24 milhões de cartões de crédito emitidos.

A C&A enfrenta crise no país. A rede, de origem holandesa, tem perdido mercado para a gaúcha Lojas Renner. Em meio aos problemas, no mês passado, o comando da rede trocou de mãos. Saiu Luiz Fazzio, que presidia varejista desde 2002, e assumiu Edward Brenninkmeijer, membro da família que fundou a C&A na Holanda em 1841. A holding da família chama-se Cofra, com sede na Suíça.

O Banco ibi também vive sua crise particular desde o ano passado, quando uma política agressiva de concessão de crédito adotada em 2007 começou a se traduzir em perdas. Em meados de 2008, as agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor's rebaixaram para negativa a perspectiva de sua nota de crédito. Em março deste ano, a Fitch rebaixou efetivamente seus ratings.

Segundo informações do balanço, a instituição reviu sua política de concessão de crédito no ano passado. O lucro de 2008 caiu 53% e foi de R$ 58,6 milhões. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa cresceram 40% para R$ 1,4 bilhão.

O ibi foi criado em 2001 para financiar as vendas da rede C&A, que já eram bancadas por recursos próprios desde a década de 80. Além dos cartões C&A, também administra cartões das bandeiras Visa e Mastercard, concede linhas de crédito pessoal, desconta duplicatas, adianta recebíveis, opera com crédito consignado para aposentados e vende produtos de seguro e capitalização. Mas todos esses negócios têm menor expressão em sua carteira, uma vez que a dependência em relação às vendas da C&A são grandes. Embora o percentual venha caindo nos últimos anos, estima-se que 70% de sua receita esteja atrelada à varejista. O ibi opera por meio de cerca de 150 lojas próprias e 150 lojas C&A.

Até o fechamento desta edição, a reportagem não obteve uma resposta ao pedido de entrevista feito ao Bradesco. Procurado, executivo do ibi não concedeu entrevista.

 

 

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