Os bancos centrais em todo o mundo estão preocupados com a falta de liquidez e escassez de crédito. Independentemente do pacote em discussão no Congresso americano, continuam as injeções de imensas quantias de recursos. E o Banco Central brasileiro não escapou e também adotou medidas para garantir maior liquidez e disponibilidade de recursos para os bancos no mercado local.

Duas medidas foram adotadas nesse sentido. O BC adiou para o ano que vem a entrada em vigor do aumento do compulsório sobre as operações de leasing e agora apenas as instituições com mais de R$ 300 milhões em depósitos a prazo, na poupança e recursos à vista, é que ficam sujeitas à exigibilidade adicional do recolhimento de recursos. De acordo com estimativas do Banco Central isso poderá garantir a liberação imediata de cerca de R$ 5,2 bilhões.

É uma mudança de postura, já que o BC vinha tentando restringir a disponibilidade de recursos para o crédito, inclusive com elevação dos juros, para conter o avanço do consumo que poderia dar margem para pressões de preços.

Agora, a intenção não é ampliar o crédito em geral, mas evitar alguns gargalos pela escassez de recursos no exterior. Empresas brasileiras e o comércio exterior, os exportadores, já sentiam os efeitos do corte de linhas no mercado internacional. Isso poderia inviabilizar algumas operações. Agora, os bancos aqui terão mais condições de suprir estas carências.

Não se trata de um afrouxamento da política monetária, mas sim a ampliação das defesas do País contra alguns dos efeitos da crise internacional. O mercado recebeu bem as medidas.